O Senhor Vice Presidente do Governo Regional à margem de um congresso de qualidade, realizado na Madeira, acusou o Governo da República de não prever no orçamento de estado para 2008 verbas para o cumprimento do tarifário da electricidade. É muito grave esta declaração sobretudo pelo seguinte, conforme explicou o grupo parlamentar do PS:
1. É por demais conhecido que a gestão da convergência tarifária não compete ao OE, mas sim à ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) através da rubrica Custos de Interesse Económico Geral, ou Uso Global do Sistema (UGS) pago por todos os consumidores.
2. Assim, pelas afirmações vindas a público, o Sr. Vice-Presidente, que tutela a EEM, revela não conhecer a os termos das negociações efectuadas e sobretudo manifesta ou uma incompetência incompreensível ou uma má fé deliberada traduzida por esta inaceitável mentira.
3. Sendo assim, era bom alguém aconselhar o Senhor Vice Presidente a consultar o sítio http://www.erse.pt/, onde, por exemplo, poderá ver o Destaque de 2007.10.15: “Proposta de Tarifas e Preços de Energia Eléctrica e Outros Serviços a vigorarem em 2008”.
4. Na análise que poderá fazer do sitio da Internet sugerido, poderá confirmar que para a Madeira, o UGS atribui 2,5% dos custos das Tarifas de Venda a Clientes Finais (TVCF), 59 Milhões de Euros para a Madeira, como sobrecustos da convergência tarifária e que são, afinal, um custo extra para os consumidores do Continente.
5. Mais. Também se pode verificar que nos consumidores finais domésticos típicos a TVCF na Madeira ainda fica inferior (98 %) aos do Continente e que sem este esforço nacional da convergência tarifária o aumento médio da energia eléctrica no Continente seria de 0,6% em vez de 2,9%, enquanto, pelo contrário, esse aumento seria de 56,9% na Madeira.
6. Em alterantiva a este tipo de comentários, que, como se verifica, demonstram uma prática perversa, mentirosa e maldosa de fazer política, aconselho o Sr. Vice-Presidente a estar atento às dívidas de clientes à EEM, que, de acordo com a Conta de Gerência de 2005, eram de 114 milhões de Euros, que, seguramente, não serão de cidadãos anónimos eventualmente com fornecimento cortado, mas serão sim, essencialmente, dívidas do Governo Regional e das Câmaras Municipais. Só assim poderia, com alguma dignidade, arrogar-se de que: “Com muito esforço temos mantido o preço da energia nos valores iguais aos do continente”, como afirmou descaradamente no evento supra referido. Éste tipo de desonestidade demonstra a confiança que os governantes têm na comunicação social...
2 comentários:
Já é bom que o Governo Regional reconheça que a electricidade na Madeira é subsidiada por todos os portugueses através da ERSE. Acredito que esta realidade é desconhecida por 99% dos madeirenses. Conhecer os mecanismos concretas da forma como tal é feito já seria muita areia para a camionete do Vice-Presidente.
Aliás, neste âmbito acho que o Governo da República está a cometer um grave erro ao não permitir que a ERSE aumente os preços da energia eléctrica pois a ERSE ou seja todos nós estamos a acumular uma grande dívida que terá que ser paga mais tarde ou mais cedo. É necessário que os consumidores tenham consiência que os preços da energia electrica não estão reflectir os reais custos da sua produção. Esta situação tende-se a agravar com as subidas dos combústíveis e com a aposta em energias alternativas que estão a ser pagas aos produtores muito acima do valor pago pelos consumidores.
Depois o AJJ e amigos vem dizer que é mentira, que a Madeira não andam a comer dinheiro dos continentais.... Mas são este tipo de textos e declarações que deviam ir para a imprensa regional e mass media para abrir os olhos do povo! Pois 99,9% dos Madeirenses não sabem isto nem sabem o que é um blog.
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