sábado, 30 de junho de 2007

Stop and go


O Senhor Presidente do Governo Regional já nos habituou a uma intervenção do género "stop and go ", usando uma expressão que caracterizava a condução da política económica em Portugal nos anos 70. Tal como no caso da economia, também na perspectiva da actividade politica e, sobretudo, tendo em atenção a sua eficácia, esta maneira de estar corre um risco sério de ser pouco consequente. Ou seja, se são sérias e genuínas as intenções de normalizar o mau relacionamento do Governo Regional com o Governo de José Sócrates, é preciso mais, muito mais, do que aproveitar um discurso ou outro para afirmar que quer "paz" (?) e, no momento seguinte, assumir um comportamento que traduz o contrário das suas intenções, lançado todo o fogo possível contra a governação e ameaçando, destemidamente e sem ponderação, com os tribunais. Esta forma de estar tem feito escola na Madeira e poucos importam-se que o Senhor que nos governa tanto diga uma coisa agora e outra precisamente ao contrário no dia seguinte. Contudo, tenho sérias dúvidas que este tipo de posicionamento seja bem sucedido noutro contexto. Apesar de tudo a incoerência é, pelo menos, reveladora de um tipo de personalidade.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

os riscos que os bancos não querem correr II

Sei, e não corro o risco de me enganar, que a capital de risco do IDE, recebeu propostas de candidatura e nunca se dignou a responder. Depois de ter passado 1 ano, os promotores esperam pacientemente, mas, certos que a alavancagem do hipotético negócio não será feita com a ajuda deste instrumento de politica económica.
Parece ser relevante dizer que, independentemente da qualidade dos projectos e admitindo que estes não cumprem o essencial dos critérios de risco do banco e do IDE, era desejável que recebessem uma resposta indicando as razões da recusa ao financiamento. Enfim...

A RTP Madeira

No Tribuna da Madeira de hoje o jornalista Juan Fernandez refere-se á situação da RTP Madeira na sequência do meu artigo de opinião. Antes de mais, quero agradecer ao Juan a sua contribuição para estimular este importante debate, sem complexos e com objectividade. A sociedade e a comunicação social, no geral, habituou-se a esconder o que incomoda, a encolher os ombros e a fazer de conta...
Sem prejuízo de voltar a este assunto, ou melhor, assumindo que voltarei a este assunto, quero dizer que, naturalmente, existem responsabilidades claras daqueles que têm tido, ao longo dos anos, a capacidade de decisão na escolha dos principais protagonistas da RTP e RDP Madeira. Esta questão, num ambiente democrático saudável e participativo, mereceria, pelo menos, um debate alargado. Infelizmente, como é habitual, poucos são aqueles que estão disponíveis para reflectir sobre o assunto e, ainda mais grave, os visados directos não dão sinais de estarem disponíveis para um esclarecimento digno e elevado. Como se viu, preferem, na sua singela perspectiva "serem fortes com os fracos", mostrando a todos o que valem e, sobretudo, o que nunca serão: isentos e sérios.
Aguardo serenamente o dia em que a pluralidade seja uma realidade indefectível e, nessa altura, terei a certeza de estar a viver em democracia. Até lá, não vou baixar os braços...

O risco que os bancos não querem correr

O financiamento das empresas é um tema fundamental para o desenvolvimento económico. Cada vez mais é indispensável a existência de meios alternativos de financiamento ao investimento privado de modo a garantir a criação de riqueza e, por essa via, a criação de emprego.
Ontem, na RTP Madeira, ouvi o responsável pelo IDE - Instituto de Desenvolvimento Empresarial da Madeira, Dr. Jorge Faria, referir que o fundo de capital de risco que o governo criou em parceria com o BANIF ( enfim, devia ser que concedeu a sua gestão ao BANIF, o que é manifestamente diferente) ainda tem 2 milhões disponíveis para investimentos. Sobre esta questão era útil saber:
1. que investimentos já foram apoiados e em que áreas?
2. como se compreende que a divulgação da existência desta entidade, supostamente facilitadora de finaciamento, seja demasiado discreta;
3. quais as iniciativas de empreendedorismo capazes de gerar projectos potencialmente utilizadores dos meios financeiros existentes. É isso que se espera de uma entidade pública.
4. Qual a relação desta entidade de capitald e risco com as associações empresariais, com a Universidade, com o Tecnopolo, com o Centro de Empresas e Inovação da Madeira.É aí que estão os potenciais empreendedores.
5. Quais os critérios usados pelo BANIF para a análise de projectos elegíveis? Uma análise típica de risco? Então a Região disponibiliza um fundo de capital de risco e permite que os projectos sejam analisados exclusivamente na perspectiva de análise de risco ( e na perspectiva das clientelas do banco) onde está o interesse público? Quem o garante?
Bom, na verdade, os meios alternativos de financiamento, como o capital de risco, só cumprirão o seu papel de forma adequada se os seus promotores estiverem em condições de correr riscos, de outra forma é mais um empréstimo bancário transvestido de capital de risco. Além disso, as entidades públicas têm de entender, de uma vez por todas, que os bancos não sabem, não querem e não é o seu objectivo, acautelar o interesse público.

Avales problemáticos II

O volume financeiro das operações avalizadas pela RAM cresceu 63%. Se compararmos com 2003 o acréscimo foi de 130%!

Avales problemáticos

No mesmo relatório do tribunal de contas, e sem querer fazer futurologia, estão referenciados os valores realtivos a 2005 decorrentes de situações de incumprimento por parte dos devedores em que a Região tinha sido avalista. Ou seja a Região, só em 2005, foi chamada a honrar a sua posição de avalista, pagando 1.717.033,96 Euros, relativamente aos seguintes beneficiários:
Irmãos Castro
Machipesca
Coopescamadeira
Sousas e Cabral
Sófritos
Mas esta não é uma situação isolada. É recorrente, conforme refere o relatório do Tribunal de Contas sublinhando, pela importância dos seus montantes, os que se referem aos irmãos Castro que já perfazem a módica quantia de 2,1 milhões de euros.
Uma outra nota é que os pagamentos por execução de avales apresentaram um crescimento de 100%.
Sinais dos tempos!

Nova dívida

De uma leitura diagonal do relatório do tribunal de contas sobre a conta da Madeira de 2005, fiquei surpreendido com uma nota que faz referência a elementos fornecidos pela Direcção Geral do Tesouro que, em seu entender, comprovam a existência de uma dívida ( mais uma!?) da RAM ao Estado, referente a pagamentos pela execução de avales, ocorridos nos anos de 1988 e 1989, no valor de 30 milhões de euros, ao qual acrescem 52,1 milhões, relativos a juros de mora e ainda 3,6 milhões relativos a taxas de aval, perfazendo um total de 85,7 milhões.
Diz o relatório que a discordância quanto à existência desta dívida, reclamada pelo Tesouro e não reconhecida pela Região, tem sido focado em relatórios anteriores sem que a situação se tenha alterado.
Bom, voltarei a este tema porque me parece estarmos perante uma situação que inspira "cuidados"...

Desafio

Tenho mantido uma resistência particular ( sem qualquer fundamentalismo) a uma participação activa na blogosfera, por razões que são pouco relevantes para o caso ( pelo menos por enquanto). Contudo, o desafio de um amigo fez-me repensar. Assim, decidi contribuir para o debate e a reflexão sadia dos temas da actualidade, sobretudo com referência á realidade da Madeira. ..