terça-feira, 30 de junho de 2009

Cai quem quer!

Continuo a considerar, o que já disse dezenas de vezes, que um governo sério ia ao Parlamento as vezes que fosse preciso para explicar medidas (se as tivesse!) e para demonstrar que tem um projecto de desenvolvimento para a Madeira, disponibilizando-se para o discutir e debater numa perspectiva franca e aberta. Sublinho que a discussão em torno da revisão da constituição é uma não questão. Mais. Se existe alguém que não tem nenhuma legitimidade para colocar na ordem do dia a revisão da constituição na busca de mais autonomia (um autonomia esquizofrénica, persecutória e castradora de um desenvolvimento sustentável...) é este governo do PSD que ainda não verteu para a revisão do estatuto as supostas conquistas da anterior revisão. Assim, das duas três: ou fracassou na anterior revisão da constituição porque o que conseguiu deitou fora; ou quer encontrar uma razão que arraste toda a gente (leia-se oposição incluída) para falar de tudo menos dos problemas que criou à Madeira; ou pura e simplesmente não tem soluções para o futuro da Madeira e este é o bode expiatório ideal para se pavonear num discurso absolutamente inconsequente e oco de valor para o futuro dos madeirenses. É absurdo que estas eleições se tornem numa espécie de referendo à trapalhada discursiva de AJJ e do PSD sobre a revisão da constituição.
Da minha parte considero o seguinte: o tema da autonomia deve ser debatido de forma séria, ponderada e consequente, por isso o PS Madeira deve ter uma opinião clara e concreta sobre esta matéria, denunciando a autonomia que Jardim advoga, uma espécie de arma de arremesso político que serve para tudo (sobretudo para a sua defesa) menos para resolver o problema dos madeirenses; e por outro lado, não me parece adequado que o cavalheiro AJJ queira colocar todos a discutir o que entende, na altura errada e pelas razões distorcidas. Eu não dou para esse peditório. Tudo isto é muito mau e terá problemas graves no futuro dos madeirenses. Mas, é bom que fique claro que o problema não é apenas resultante de uma oposição frágil é também de uma sociedade civil amorfa, castrada e que se autocensura (que não estimula a criação de alternativas democráticas!) que permite que um governo se esconda, sistemáticamente, atrás de biombos e mais biombos que, aos poucos, liquidarão a dinâmica de desenvolvimento da nossa região...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A aldrabice de Jardim

Para que fique claro e para que não haja dúvidas importa esclarecer ainda melhor a má fé e aldrabice do PSD: AJJ diz que quer leis para, por exemplo, promover o desenvolvimento da Madeira como seja com mais capacidade fiscal. Ora sobre isto era bom que todos tivessem consciência que das duas uma: ou AJJ quer aumentar impostos ou anda a aldrabar os madeirenses. Sim, porque se a ideia é baixar impostos para tornar as empresas mais competitivas pode fazê-lo e não faz (pode reduzir até 30% e só reduziu 10%) Mais. Além disso, não utilizou o Estatuto de Benefícios Fiscais para ainda reduzir o IRC nas empresas que se fixam fora do centro urbano (se fizesse passariam a pagar IRC de 10%!) Portanto só se pode concluir que ou AJJ quer aumentar impostos ou aldraba os madeirenses porque não é preciso nenhuma revisão da constituição para baixar impostos ou mesmo criar outros...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Eu volto!

Hoje fiquei a saber que alguns deputados da maioria sentiram a minha falta na ALRAM e demonstraram-na à sua maneira, em público ou em privado, usando e abusando do insulto, da brejeirice e da intriga saloia, mesmo com o visado ausente. Pois bem, resta-me dizer a esses senhores que podem estar descansados que eu volto e... tudo será como dantes!

o mesmo de sempe

Jaime Ramos, no seu melhor: voltou a abusar do seu estatuto (!?) querendo a defesa da honra de AJJ na ALRAM (a mesma que o cavalheiro nunca aparece!). Quem o atura que leve para casa...

é preciso ter lata...

Cunha e Silva é rápido a acusar o estado mas lento, muito lento mesmo, com a apresentação de soluções que fazem parte das suas responsabilidades...

O dissimulado

AJJ diz que Sócrates engana o povo porque promete fazer "coisas" quando não tem cabimento orçamental. Só pode ser alzheimer. Então senhor presidente do governo regional essa não é a sua prática habitual. Todos sabemos que é assim! Mais todos sabemos que até anda aí de banco embanco para viabilizar o negócio da Via Madeira porque a loucura dos empréstimos de e para coisas maluquinhas acabaram, sobretudo para uma região com um rating a descer...

A treta habitual

A responsável pelo turismo, no seu estilo habitual de política doméstica disse: espero que a nova ligação entre Madeira e Canárias traga tantas pessoas de canárias à Madeira como tem levado madeirenses a Canárias. BRILHANTE. E, já agora, o que pensa esta mente avançada fazer para garantir esse objectivo...

Tendencioso

Cavaco Silva mostra-se preocupado com transparência e abre excepção para falar sobre esta questão no caso da PT. Concordo com a importância da transparência mas lamento que Cavaco Silva só fale dela nos temas que lhe interessam partidariamente.

A estratégia habitual: os culpados estão lá fora, é a constituição ou os soicalistas que nunca governaram a Madeira

Enquanto o desemprego cresce, a educação está pela hora da morte, a pobreza é a mais elevada do país, os índices de conforto colocam os madeirenses como aqueles que vivem pior, a distribuição de rendimento favorece os mais ricos, AJJ parte para a saga habitual: desviar a atenção para a revisão da constituição. Com esta estratégia pode falar de tudo menos dos problemas que criou na Madeira...

Brincar com coisas sérias. Será que foi só eu que ouvi?

A impunidade de AJJ é infinita. Agora resolve brincar com um dos mais sérios problemas da sua governação e dizer que o desemprego não é tão elevado porque há madeirenses que não querem trabalhar. Diga lá outra vez? Já agora diga quem são esses madeirenses. Isto é uma vergonha, é a fuga para a frente em busca de encontrar outros culpados e como tudo tem sido desmontado agora os culpados do desemprego a crescer são os mesmos desempregados. Há coisas fantásticas!

terça-feira, 23 de junho de 2009

CACAFONIA

Ainda não comentei os comentários dos comentadores da RTP Madeira (parece macarrónico mas é para ser compatível com aquele "curral de moinas") da última segunda feira. Na verdade, aquilo foi tão mau, tão mau, tão mau que até hoje não acredito que ouvi aquilo tudo: desde acusações à intromissão política de um pároco que se manifestou contra aqueles que têm responsabilidades e nada fazem para combater a pobreza (onde andam estes senhores comentadores e o que têm visto na Madeira nos últimos 30 anos. Será que deu-lhes para a dormência intelectual!?), até uma lenga, lenga, absurda, e quase non sense, sobre uma espécie de "economia social" em que vale tudo menos o essencial que é o apoio às empresas que, curiosamente, são as únicas que criam emprego. Pelo amor de Deus é tempo de haver mais seriedade nestas coisas. Será que nem a vergonha os inibe de dizer tontices? Naturalmente que nisto tudo há um culpado: quem mantém aquela direcção obtusa da RTP Madeira que tudo permite e que engendra alinhamentos cacafónicos!

Esperem para Outubro...

Com os catastróficos resultados do turismo na Madeira (os piores do país em Abril, apesar da senhora secretária ter dito em Fevereiro que a taxa de ocupação iria ser de 70% - mas afinal ficou pelos 35%!!!!) ainda não se repercutiram, na sua plenitude, no desemprego na RAM e como no Verão a actividade económica anima, provocando um amortecimento no crescimento do desemprego, lá para Setembro/Outubro os resultados do desemprego serão alarmantes....

Que imprudência...

O Secretário Manuel António disse ontem que tem a certeza que não haverá mais derrocadas. Como é possível um governante ser tão imprudente? Será que se ocorrerem (como parece evidente que acontecerá, face à trapalhada no planeamento das obras deste PSD empreiteiro de segunda qualidade!) o Senhor em causa actuará em conformidade e pedirá a demissão? Claro que não isto é tudo a fingir...

Os resultados não enganam...

O desemprego na Madeira cresceu bastante mais que a maior parte das regiões portuguesas. Na análise comparativa com o período homologo (Abril deste ano face a Abril de 2008) a subida foi superior a 40% enquanto nas restantes regiões (excepto o Agarve) as subidas situam-se na casa dos 20%.
Esta situação é quase dramática e as causas parecem óbvias: crise interna alavancada pela crise internacional. Ou seja foram as medidas (ou ausência delas) em sentido errado que impediram a criação de um ambiente empresarial propício à criação de emprego. Já ultrapassamos os 12 000 indivíduos desempregados e esse nº continuará a subir porque a capacidade da região de criar emprego é menor que a tendência para destruir. Na prática além das opções de política económica desastrada dos últimos anos que secou o potencial empresarial endógeno, contrariou os ímpetos empreendedores dos madeirenses há que juntar a inabilidade e incapacidade para a implementação de medidas de curto prazo com forte alcance e que permitiriam contrariar a actual situação. Assim, era importante uma atenção aos factores de competitividade das empresas que exercem uma influência na capacidade destas em gerar emprego sustentável. Nada disso tem acontecido e o PSD dá mostras de nem saber do que falamos: competitividade fiscal, internacionalização, eficiência, menos burocracia, mais IDE...

sábado, 20 de junho de 2009

Terá de responder em Tribunal

O Senhor Chefe de Gabinete do Presidente da ALRAM está a ultrapassar (há muito) os limites (de toda a espécie) demonstrando uma soberba inexplicável, tentando me atingir pessoalmente. Naturalmente que, no seu estilo habitual, vai dizendo que apenas faz perguntas. Vai fingindo que não se refere a mim próprio, ao mesmo tempo que sublinha que é mesmo de mim que fala, transformando o seu discurso e o seu comportamento numa espécie de pacote de insinuações ao meu carácter, à minha vida pessoal e à minha família. Para mim basta. Este Senhor ou deixa-se de insinuações maldosas e "porcas", retratando-se de todo este miserável folhetim que vem escrevendo no seu blogue pessoal há algum tempo, procurando contribuir para um ataque tenebroso à minha honra, credibilidade e, sobretudo, da minha família, ou terá de responder em tribunal por este sistemático comportamento que há muito ultrapassou o combate político.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Muito mau...

O PS Madeira apresentou uma proposta de decreto legislativo séria e concreta sobre a situação da Zona Franca. Nessa proposta pretende-se esclarecer várias coisas entre elas demonstrar que o PSD está-se a marimbar para o instrumento Zona Franca e apenas quer manter o interesse privado. Senão vejamos: aumentou as taxas de instalação em 33%, penalizando a capacidade de atracção de empresas num período muito difícil e mantém uma taxa inconstitucional sobre as SGPS penalizando a sua instalação. Mais. Escondem o contrato de concessão para ninguém saber o que está acordado e demonstram não querer mexer nos termos da estratégia da zona franca. Como sabem que tudo isto é verdade colocam um deputado "desbocado" mas com pouco conhecimento dos fundamentos do CINM a insultar o PS Madeira, e o autor da proposta, de modo a justificar a recusa da iniciativa.
Enfim, não há nada a fazer com esta má fé...

Meus Deus, onde vai parar esta alminha ressabiada!

O Senhor Chefe de Gabinete do Presidente da ALRAM anda de cabeça perdida. Os seus ódios, ressabianços e desatinos devem ter uma origem mas isso é um problema que alguma terapia pode resolver. Haja coragem para assumir que tem essa necessidade...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A intrujice do PSD da Madeira

Exmo. Senhor Presidente
Senhoras e Senhores deputados

A virtude da boa fé consiste em acreditar no que se diz e, dizer aquilo em que se acredita, naturalmente, quem está de má fé, mente deliberadamente, engana abusivamente e viola, sem qualquer indignação, princípios básicos da ética e convivência de forma descarada.
É aqui que reside a intrujice do PSD. É nisto que o governo do PSD sustenta a sua longevidade.
Actua de má fé e aposta, de forma decisiva, na boa fé dos madeirenses.
Quem está de má fé engana. Quem está de boa fé acredita.
É desta forma que o governo do PSD, sustentado pelo seu grupo parlamentar, aplica um garrote governativo deplorável, insinuando aos madeirenses que está para além das suas capacidades a resolução dos problemas das famílias e empresas da Madeira que enfrentam um quotidiano cada vez mais difícil e estão perante um futuro cada vez mais incerto.
Este mau principio do governo da Madeira do PSD, o da má fé, condiz com a nossa efectiva realidade mas não se esgota no governo: é uma patologia que alastra ao seu grupo parlamentar.
Ao longo de largos meses esta Assembleia foi o espelho de uma maioria com má fé para com os madeirenses. Foi o reflexo de sucessivas atitudes e comportamentos que resvalam para uma atitude de chinelo, típica de uma maioria arrogante mas apática nas soluções exigidas. O garrote governativo do PSD foi contínuo: votaram contra a baixo dos impostos,
votaram contra o aumento do subsidio de insularidade,
votaram contra as propostas de programas de apoio aos mais pobres,
votaram contra a redução do preço dos combustíveis,
votaram contra o controle do POSEIMA,
votaram contra a fiscalização do governo de forma sistemática e intolerável,
votaram contra a redução dos preços dos transportes marítimos
votaram contra a redução das taxas aeroportuárias,
votaram contra um plano de ordenamento comercial
votaram contra uma nova forma de relacionamento com a UE no quadro da politica de coesão
votaram contra a diversificação da economia da Madeira
votaram contra a dinamização dos factores de competitividade do sector privado regional
votaram contra o apoio à internacionalização da economia
votaram contra a concorrência
votaram contra o incentivo à criação de emprego
votaram contra a implementação de uma nova geração de politicas económicas no turismo, no comercio, no investimento directo estrangeiro.
Votaram sempre contra tudo e estiveram sempre favoráveis à chicana e à politica de confronto gratuito e, como se vê hoje, inconsequente e quase a roçar o absurdo, como se constatou com o último momento triste deste parlamento que ousou gastar o dinheiro dos contribuintes para solicitar um parecer a uma proposta do grupo parlamentar da maioria para saber se era possível, o impróprio, o insólito o impossível: um debate de Jardim com Sócrates no parlamento regional. Mais uma vez o PSD não queria coisa nenhuma. Actuou de má fé e com intenção trauliteira, como é habitual.

Exmo. Senhor Presidente
Senhoras e Senhores deputados
Mas esta má fé da maioria PSD no parlamento, conforme acabei de comprovar, estende-se ao governo. É aliás um traço da governação Jardinista.
Ainda recentemente, a responsável do Governo da Madeira pelo turismo afirmou, de má fé, que a taxa de ocupação em Maio na Região seria de 70%. Tudo isto, depois de ter já ter dito que a Madeira passaria ao lado da crise. Mentiu e sabia que ensaiava uma mentira. Os madeirenses, gente de boa fé, acreditaram.
Os últimos dados já conhecidos desmascaram, sem dó nem piedade, esta leviana e insensata atitude e, sobretudo, a mediocridade governativa do PSD. Em 4 meses, a Madeira perdeu mais de 50 mil turistas e quase 15 milhões de euros. Alem disso, o Rev-par diminuiu 15% face ao mesmo período do ano anterior. Tudo junto, a Madeira registou em Abril os piores resultados do pais.
Ora, mesmo com a liberalização, com a entrada de companhias de low cost, com as ajudas da república à promoção, o PSD não foi capaz de contrariar os maus resultados.
Mas nada disto pode ser estranho porque, na verdade, a agenda do turismo deste governo é patética: são propostas de sambódromos, são hotéis a fechar sem soluções à vista, é o desemprego a crescer de forma desenfriada e imparável, sem qualquer proposta de controle adequado, são autorizações de mega projectos imobiliários que violam o essencial de um destino de qualidade, é uma ausência inexplicável de novos canais de comercialização, é a recusa de uma redefinição estratégica que coloque ordem na oferta, reestruture a procura e permita derramar mais valor acrescentado pelos outros sectores da economia da Madeira, é a incapacidade de requalificar a restauração, dinamizar a oferta de serviços, é a roleta dos transportes aéreos dada a incapacidade de definir prioridades, objectivos e enquadramento estratégico e é, finalmente, a insensibilidade pelo ordenamento do território que atira as perspectivas futuras do turismo de qualidade para uma improvável concretização.
Mas, como já disse, aquilo que parece ser um estilo pessoal é antes um traço característico de um governo de má fé. Só assim se compreende que esta atitude enganadora e dissimulada da governação tenha reflexos noutras áreas , por exemplo:
no debate sobre o desemprego: um flagelo que cresce, cresce, que afecta cada vez mais madeirenses que já ultrapassa as 12 000 pessoas, que em 4 anos passou de 3% para 8% e, mesmo assim, mesmo com dados apresentados por entidades externas, o Senhor governo, desta feita o Senhor Secretário Brazão de Castro, inventa análises criativas que pretendem esconder e enganar os madeirenses dos resultados d governação Jardinista;
ou, noutro exemplo, no debate sobre a pobreza: onde os mais variados estudos colocam a Madeira como a região do pais com mais pobreza e, mesmo assim, o Senhor Secretario Responsável tira da cartola uns “quase tão sinceros”, como desmiolados 7% , numa aproximação ridícula aos valores dos países mais desenvolvidos do mundo;
ou, ainda outro exemplo, que além da mentira junta a incapacidade governativa: quando o Senhor Vice Presidente que não tem agenda para a economia, pura e simplesmente não faz a mínima ideia do que quer fazer e para onde quer ir, mas lança desenfriadamente programas de apoio às empresas que nem formulários estão disponíveis, contribuindo para uma insignificante execução do Quadro de Referencia Estratégica da Madeira. Ou quando estoira por completo 4 milhões numa capital de risco, onde nenhuma empresa sobreviveu e ainda por cima, segundo se sabe, anda tudo em tribunal envolvendo bancos, empresas e governo. Ou quando alimenta o Madeira Tecnopolo que ignora as empresas, o sector privado e promove interesses particulares de gestores comprometidos com universidades estrangeiras e empresas externas, e onde ninguém ousa perguntar ao Sr. Dr. João Cunha e Silva, o que ganha a Madeira com os milhões entregues a uma tal Carnegie Mellon. Ou quando, mesmo em silêncio, mas também de má fé, mantém o estilo despesista nas suas sociedades de desenvolvimento onde o tribunal de contas já impediu os contratos paralelos com o Governo mas não evitou a continuidade do endividamento tresloucado pela aplicação em projectos absurdos e insustentáveis.
Mas,

Senhor Presidente
Senhoras e Senhores deputados,
é o próprio Presidente que se assume como o mais alegórico dos governantes do PSD: pede ajuda aos empresários para construir um hospital porque não tem dinheiro e, ao mesmo tempo, entrega mais de 30 milhões para construir um campo de futebol. Estranho sentido de prioridades deste governo que se diz preocupar com as pessoas.
Tudo isto até parece não estar a acontecer tal é o folclore e propaganda que preenche a agenda do governo. Tudo isto parece saído de uma aventura dos simpsons onde impera o non sense, o absurdo e o incrível.
Mas é tudo isto e muito mais. A crise que bate à porta não teve soluções do PSD. Não mereceu da parte deste governo a mínima preocupação. A abordagem do PSD foi toda para a politica trauliteira que bloqueou todos os canais de negociação com a república. O esforço do governo foi inteirinho para a esquizofrenia habitual à república, para a exaltação dos demónios habituais. Aprovaram um orçamento desadequado, sem instrumentos de combate social e de dinamização da economia, apesar do esforço do PS Madeira em contrariar esta irresponsabilidade. Não houve orçamento rectificativo, não existiram medidas anti-crise. Apesar das propostas do PS Madeira. No limite, ficamos todos com a consciência que não existe um governo mas uma espécie de comissão instaladora.

Senhor Presidente
Senhoras e Senhores deputados
Mas tudo isto foi análise de conjuntura. Tudo isto é a observação do presente. Mas vale a pena olhar para os resultados dos últimos 10 anos de Jardim.
A análise dos resultados permite-nos concluir que esta má fé da governação não é neutra no bem estar dos madeirenses.
Já é publico a caracterização do INE sobre o território português, entre 1997 e 2007. Uma análise que engloba 10 anos e que, INFELIZMENTE, demonstra que o PS Madeira tem razões consistentes para exigir e propor um novo estilo de governação, novas politicas e novas prioridades.
Dos dados analisados vale a pena sublinhar o feito notável do PSD da Madeira de ter sido capaz de colocar a nossa Região no primeiro lugar em termos de crescimento do PIB na análise dos últimos 10 anos.
Essa conquista permitiu à Madeira perder 500 milhões de euros no contexto da discussão dos fundos comunitários e até hoje persistem as dúvidas sobre a razoabilidade destas opções. Mas, ainda esta semana o grupo parlamentar do PSD chumbou uma comissão de inquérito que abria a porta a um pedido de desculpas do PSD aos madeirenses pela barbaridade cometida.
Os madeirenses não compreendem as razões pelo qual AJJ e o PSD nada fizeram para impedir este erro histórico que os acompanhará o até ao fim da sua actividade politica.
Da parte do PS Madeira não branquearemos responsabilidades. A falta de engenho ou a ganância da propaganda tem imposto dificuldades que não podem ser escamoteadas.
Os madeirenses não compreendem como podem ter mais pobres, pagar mais impostos, ter menos índices de conforto e mesmo assim o seu governo dar-se ao luxo de nada fazer (porque continua sem nada fazer!) para inverter este estado de coisas.
O objectivo do desenvolvimento é garantir o bem estar das pessoas. O PIB por si só não é condição suficiente para este objectivo. Nós sabemos e o PSD sabe: numa boa e equilibrada governação a produção de riqueza deve ser compatível com o nível de bem estar das pessoas. Nada disso se verifica na Madeira.
E o retrato da evolução dos principais indicadores na Madeira desta última década não deixam nenhuma margem para dúvidas. Mais grave é que os resultados já conhecidos indiciam um falhanço em toda a linha da própria agenda politica do PSD: pede autonomia para a educação e falha nos seus resultados, define uma estratégia de desenvolvimento assente no conhecimento, tão intensamente badalada pelo Plano Desenvolvimento Económico e Social e falha nos seus resultados, ensaia um discurso de sensibilidade pelas famílias, cria cenários de preocupação com a evolução social da Madeira mas falha no combate à pobreza, na distribuição de rendimentos, na criação de índices de conforto adequados à criação de riqueza.
Este campeão no crescimento do PIB em Portugal é também o primeiro no abandono escolar, na taxa de desistência do ensino regular, na pobreza e na taxa de aprendizagem ao longo da vida. Mas é ainda o último no índice de conforto das famílias, o penúltimo no nº de alunos no ensino superior e na taxa de escolaridade do secundário. O sonho de uma região como a Madeira em criar riqueza baseada no conhecimento fica desfeito por completo, apesar de discursos ocos e suspeitos, nos magros resultados da I&D em percentagem do PIB, a região é só a pior do pais. Mas também o penúltimo lugar no nº de trabalhadores com profissões intelectuais e cientificas. Em termos de valor acrescentado proveniente de actividades tecnológicas a Madeira ocupa uma posição claramente abaixo da média nacional que anda nos 12% e nós nos 3%. O mesmo acontece para a criação de empresas de base tecnológica que entre 2004 e 2006 até os Açores estiveram melhores que nós.
Exmo. Senhor Presidente
Senhoras e Senhores deputados
Se parece claro que o passado recente tem demonstrado um partido às aranhas com a governação: sem projecto, sem novas ideias e sem dinâmica. Um partido envergonhado de governar. Não é menos verdade que os últimos 10 anos demonstram uma verdadeira tragédia governativa com opções politicas penalizadoras para o bem estar dos madeirenses.
Com a boa fé habitual dos madeirenses, estes voltaram a acreditar na propaganda do PSD. Nas promessas de uma região com mais educação, mais conhecimento, mais diversificação da economia. Conforme se viu tudo isso está posto em causa e, sobretudo, não existe nenhum sinal de uma alteração consistente que permita à Madeira acompanhar de igual para igual os sinais dos tempos novos: com modernização e desenvolvimento económico a pensar nas pessoas.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Bandalheira assumida

Alguém me explica como é que a ALRAM paga um parecer (para uma proposta absurda e quase non-sense) para saber se aceita ou não uma proposta do PSD (aquela de querer trazer o Primeiro Ministro à ALRAM!!!)? Será que o cavalheiro que é chefe de gabinete do Presidente da Assembleia tem uma explicação sábia para este escândalo? Deve ter. Estou certo que tem...Verão!

Descaramento

Jaime Ramos (filho) veio à televisão dizer que estava indignado pela recusa da administração da SATA numa suposta audiência parlamentar...Isto só visto. Este Senhor é o principal protagonista das recusas sistemáticas de membros do GR da Madeira à Assembleia (onde têm o dever de explicar o que fazem!) e ainda tem a lata de mostrar indignação...Tenham vergonha!

Com que então a crise ia passar ao lado do turismo da Madeira?

Em abril, segundo os últimos dados do INE, a Madeira foi a região do país em que a procura de turistas mais diminuiu em relação ao mês homólogo. Aliás nos principais destinos concorrentes a procura aumentou, na Madeira diminuiu mais de 9%. E agora Senhora Secretária como fica a sua convicção (mais uma sem qualquer sentido!) de que a crise ia passar ao lado da Região e que em Maio teríamos taxa de ocupação de 70%. É melhor dedicar-se a outra coisa... 

Entre o limão e a bola...

Entre a festa do limão e um badalado almoço na Quinta Vigia com os senhores da bola passaram alguns dias. Poucos, na verdade. Entre estes episódios notáveis da vida do cavalheiro que dirige os destinos da Madeira aconteceram algumas coisas bastante mornas na perspectiva política. Irrelevantes, até. Mas, no mundo de Jardim o burburinho não é enfadonho nem irrelevante: é histérico e patológico. Por isso, o que quase parece irreverente é simplesmente abordoada governativa, simplória e paradoxal, num traço ignóbil de demagogia inaceitável.
Até por isso, sempre que me atrevo a escrever sobre a governação da Madeira deparo-me com uma inultrapassável dificuldade: a insuficiência da língua portuguesa para expressar tudo o que de relevante faz Jardim e a sua “trupe”. Não por culpa da língua portuguesa, mas pelo exagero do patético num governo que, ceteris paribus (mantendo tudo como está), acabará por liquidar a Região que governa.
Assim, mesmo sem querer, acabo por cair num eufemismo sistemático, atenuando uma verdade dura e penosa por falta de vocabulário proporcional ao disparate.
A origem de mais um rocambolesco episódio da vida política na região foi a visita de José Sócrates à Madeira. Mas, o palco principal da verdadeira noticia foi uma festa: a do limão. Aí Jardim desfere o golpe esperado a Sócrates, apesar de poucos perceberem porque razão não abriu a boca quando ficou a poucos centímetros do Primeiro Ministro, no bastante visível aperto de mão acompanhado com vénia profunda, executado magistralmente e sem qualquer hesitação, no aeroporto da Madeira.
Claramente o chefe do governo da Madeira não se dá com a frontalidade, clareza e debate aberto. Prefere o azedo da distância para propagar a mentira como forma enervante de branquear a sua incompetência.
Foi isso que fez lá na freguesia da ilha retomando os insultos e os impropérios suspensos por 7 horas.
Foi com isso que desatou um cata-vento de reacções do seu PSD: no parlamento da Madeira, depois da fuga em bando para o Porto Santo, receando terem de admitir estarem-se todos a marimbar para a normalidade institucional intergovernamental, o grupo Parlamentar do PSD pede um debate impossível: querem Jardim com Sócrates na ALRAM. Depois, tomando consciência que o absurdo não passava impune, distanciaram-se da ideia inicial e decidiram-se por um debate em qualquer lugar, se calhar na próxima festa do pero, ou da anona, ou da maçaroca, provavelmente com televisão, se calhar sem deputados e até porventura só com Jardim.
Ao mesmo tempo Jardim, ainda na ilha, na festa do limão, enciumava com a simpatia dos empresários da Madeira para com o Primeiro Ministro, durante um almoço que foi convidado mas que primou pela ausência. Sem se conter, desatou às ofensas e à desconsideração, desta vez aos empresários. O habitual. De seguida, antes do “almoço da bola” na Quinta vigia, e depois da festa do limão, num seminário de homenagem ao empresário madeirense, promovido pela ACIF, enjeitou um discurso “mal amanhado” para introduzir a sua imagem de marca: a contradição permanente, num hino á sua falta de credibilidade. Aí elogiou os empresários, os mesmos que havia criticado duramente. Mas, antes de tudo isto, pela calada, já tinha proposto, ao melhor estilo estatizante da economia, uma lei, não para a Madeira(?!) mas para o país, que proibe os despedimentos colectivos, numa machadada ao funcionamento do mercado, à mobilização do investimento privado e à sustentação do emprego. Numa palavra: um populismo perigoso e ofensivo. Mas Jardim é assim. Desfere tontices destas aqui e ali num único propósito: servir de arma de arremesso para uma política trauliteira e inconsequente. Nesta espalhafatosa acção governativa, Jardim ainda sublinhou outra decisão irreversível: dar de bandeja mais de 30 milhões para o estádio do marítimo (até porque também deu outros tantos milhões para o do Nacional!) e por cima do seu douto sentido de responsabilidade, depois de estoirar os milhões dos madeirenses na bola, desafiou os empresários a investirem num hospital, numa lógica de parcerias com o Governo?! Tudo, sem o mínimo de indignação.
Entretanto, com esta azáfema, não teve tempo de legislar a sua única medida anti-crise para apoiar os desempregados. Demorou tanto tempo que desde que a medida foi anunciada até hoje já são mais de 1 500 desempregados, num total de quase 12 000.
Assim, entre o limão e a bola sobra pouca coisa relevante, só mesmo o espelho de Jardim...
"publicado no DN Madeira"

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Risco e a Oportunidade

  nos resultados eleitorais de Domingo um risco e uma oportunidade implícita. Um risco do PS Madeira tornar-se num pequeno partido, sem expressão de poder e sem dimensão adequada para liderar uma alternativa. Um risco que afecta directamente o PS Madeira mas atinge fortemente a Madeira e os madeirenses que deixam de contar com uma alternativa sadia e construtiva, conforme é a escola deste partido da democracia portuguesa. Este risco não é uma ficção. Nem sequer me parece muito distante de acontecer caso nada se faça, caso tudo fique como está, caso não seja estimulada a massa critica que o PS Madeira gerou e que pode potenciar em prol de todos os madeirenses. Os socialistas da Madeira e aqueles que, como eu, desejam uma mudança, devem impedir que o PS M bata ainda mais no fundo. Pode muito bem acontecer. O estado a que tudo chegou merece reflexão mas exige iniciativa, coragem e determinação. Este risco que falo e que outros muito bem demonstraram noutras alturas (lembro a propósito os vários textos de Maximiano Martins sobre a situação do PS Madeira onde a resposta às suas questões traduzem hoje um amargo de boca) deve, em meu entender ser claramente assumido. Só com a consciência da realidade é possível traçar um rumo certo. Um caminho ganhador. Mas ganhar significa ir ao encontro dos interesses dos madeirenses. Provavelmente devemos mesmo começar por aí: o que querem os madeirenses? Com que se preocupam? O que os faz votar ao longo de 30 anos num partido que hoje apresenta desoladoras soluções para o desenvolvimento da Madeira. Porque razão cresce o desemprego, aumenta a pobreza, aumentam as falências, pioram as condições de competitividade das empresas regionais e o PSD continua a ganhar? Naturalmente que razões estruturais do regime imposto por AJJ explicam parte do problema. Muito se escreveu e continuará a escrever sobre isto. Mas, o PS Madeira tem o dever de começar pelo óbvio: por si próprio. Pelas suas óbvias fragilidades. Pelas suas actuais deficiências e pela total ausência de ligação à sociedade madeirense. Estamos fracos, temos uma liderança frágil e errática, temos ideias,  soluções e projectos mas não temos capacidade de fazer eco das nossas preocupações. A liderança do PS Madeira não tem a dimensão e o élan necessário para transformar boas ideias em soluções compreendidas pelos madeirenses. Sem “rodriguinhos”, é preciso fazer a leitura certa: os madeirenses deixaram de acreditar neste PS Madeira. Insistir nesta linha é cavar o fosso que separa o partido dos madeirenses mas que acaba por separar socialistas de socialistas.  Somos poucos, estamos desorganizados, não existe mobilização firme e definitiva em torno de um projecto. Por isso, é preciso frontalidade, coragem e menos sentido táctico que roça o absurdo dada a insignificância que todos cairemos se continuarmos como estamos.

   

Mas, aqueles resultados desoladores para o PS Madeira, no Domingo passado, trazem consigo uma oportunidade. Trazem consigo a definitiva sensação que o único factor mobilizador é o futuro. Nem sequer valerá a pena dissertar sobre este presente. É preciso acabar com ele de uma vez e sem rodeios. E desde já fica um aviso àqueles que possam entender estas palavras como ataque pessoal ou política de confronto interno. Não tenho paciência para intriga mas tenho ainda menos para hipocrisias inconsequentes e comportamentos mesquinhos e rasteiros. O PS Madeira tem pessoas capazes de contribuir para o rumo certo. Porventura as mesmas que contribuíram para o rumo actual. Não sei. Não interessa agora. Resta o desafio   Porventura a última oportunidade: um derradeiro desafio da renovação do PS Madeira. De reinvenção de um projecto que configure credibilidade política, técnica e social. Os madeirenses nunca estiveram tão preparados para novas ideias, novas soluções e novas pessoas. Os madeirenses querem um PS M forte e credível. Querem um PS M confiante e mobilizador. André Escórcio e Maximiano Martins, dois socialistas ilustres têm se posicionado de forma clara pela defesa de um PS Madeira alternativo para ser alternativa. Conheço os dois, sou amigo de ambos e as suas intervenções são neste momento factores de esperança que gostaria de ver aproveitado e potenciado. Faço um apelo aos socialistas: não se encolham, não tenham medo e não fingem que está tudo bem. Não está, e o caminho é ainda longo e penoso mas possível.