Na verdade é capaz de ser uma piada de carnaval. Só assim se compreende as parangonas do DN Madeira: “Acção Popular origina falência e desemprego”. Esta leitura só pode ser uma brincadeira de mau gosto do autor da peça, o que me parece pouco provável porque conheço a credibilidade do Emanuel Silva, ou então uma tremenda infelicidade na decisão do título da responsabilidade do próprio DN Madeira. Então a falência de uma empresa, que violou a lei, é da responsabilidade da justiça que actuou de acordo com a legalidade? Vou ser mais explícito e perguntar o seguinte: quantas empresas foram prejudicadas porque não violaram a lei e tiveram concorrência desleal daquela que a violou, como é o caso? E já agora, por isso, quantos empregos não foram criados? Mais. Se era ilegal porque razão a autarquia autorizou o empreendimento? Mais. Autorizou a todos ou só a alguns? Se assim for, parece evidente que está a favorecer os piores, aqueles que não cumprem a lei, que são menos eficientes, que não contribuem para o aumento da produtividade. O que quero dizer é que além da dimensão moral e ética da corrupção existe outra muito importante e que muitos, por desconhecimento ou por interesse, ignoram: a dimensão económica. Na verdade a corrupção é um dos principais factores que prejudicam a produtividade e, por essa via, a competitividade. Favorecê-la, em que circunstância for, é penalizar a produtividade. Ora, a orientação do título do DN não é correcta. A corrupção não é um factor de criação e emprego e, muito menos, o seu combate um factor de desemprego.
Um discurso insultuoso e vergonhoso
Há 1 dia
2 comentários:
A ideia subjacente é muito pior do que essa; não é a justiça que é culpada mas quem deu início ao processo...O cidadão activo é que é posto em cheque quando quem o devia ser seria o empresário ou a autarquia que licenciou...
Caro dr. Carlos Pereira, acabou de se habilitar a ser o alvo favorito do matutino pago nas próximas semanas.
Enviar um comentário