quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Estado tem de garantir a eficácia nas suas soluções: a banca não é um caso à parte

O desenvolvimento económico em Portugal está suportado no sistema financeiro. Contrariamente a outros países, onde o mercado de capitais assume uma relevância significativa no financiamento da economia, em Portugal o destaque vai para a Banca. Contudo reafirmo o que já disse antes, é preciso bastante mais atenção ao comportamento da banca na economia real. O envolvimento do sector financeiro na maior parte das actividades da economia real não é saudável. O governo tem obrigação de impedir o domínio absoluto da economia pela banca. Na verdade considero existirem situações absolutamente incompatíveis e que condicionam o próprio funcionamento do mercado. Julgo que o Governo não fez (nem faz, pelo menos ainda!) o suficiente para alterar este "status quo".
Posto isto, vale a pena sublinhar que concordo com a intervenção do estado em alguns bancos, tendo em conta o efeito de dominó que podia minar a necessária confiança no sistema. Mas, já não acho normal que os objectivos que presidiram a essa intervenção não sejam cumpridos. O Estado, a bem do sucesso da sua intervenção e pela garantia do efeito dessa intervenção nas famílias e empresas de Portugal, tem de encontrar forma de obrigar os bancos a libertarem a liquidez para o mercado. Isto é indispensável e a absolutamente necessário. A polémica medida do governo, de ajudar certos bancos e garantir que possam se financiar no mercado interbancário, pode ser um fracasso, caso esse objectivo não seja alcançado.

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