terça-feira, 22 de abril de 2008

A obra IV: o fracasso da economia do conhecimento


O discurso do governo do PSD, e também do Sr. Dr. João Cunha e Silva, tem sido de uma aposta, quase sempre adiada no conhecimento. Ou seja, nos fundamentos da estratégia de Lisboa: a educação, o empreendedorismo, a inovação e I&D e Sociedade de Informação.

Portanto, vale a pena analisar a situação da Madeira com base nestes pressupostos e, quem sabe, encontrar mais argumentos para ajudar João Cunha e Silva:

Vejamos

Educação:

Temos a Maior taxa de analfabetismo do país.

A segunda maior taxa de abandono escolar

Os últimos anos têm revelado, para a Madeira, os piores resultados em termos de exames nacionais

Temos ainda, a segunda mais baixa proporção de população residente com ensino superior


Empreendedorismo:

O esforço da promoção do empreendedorismo pelo governo do PSD esgotou-se no projecto CEIM, cujo resultado mais evidente é a criação de 3 empresas por ano.

O ORAM2008 dedica apenas 0,28% do investimento a empreendedorismo e 2% à modernização empresarial.

É por isso que constatamos o seguinte:

- Temos a maior proporção de empregados por conta de outrem do país
(PT=75,6%; Açores=78,4% e Madeira=82,7%)

- A Madeira verificou em 2006 uma taxa de dissolução de empresas (2,9; em PT foi 2,2) maior que a taxa de criação de empresas (2,8 na RAM; em PT de 6,4).

- Estes resultados agravam-se quando nos afastamos das zonas mais urbanas da ilha, designadamente a costa norte. Não é só o rendimento que é mal distribuído, as opções económicas em termos de desenvolvimento do território não têm permitido a dinamização empresarial das zonas rurais. A provar basta olhar para os parques empresariais rurais.

Inovação:

- A Madeira verifica o pior resultado do país em termos do indicador Despesas em I&D no PIB. (PT=0,77; Açores = 0,41 e Madeira = 0,24)

- A percentagem de despesas de I&D concretizada pelas empresas é a segunda mais baixa do país (PT=38,5%; Madeira = 13,5%)

- A Madeira está bastante abaixo da média nacional em termos de proporção de emprego nas TIC’s no emprego global (PT= 3,2; Madeira =1,3). É quase 3 vezes menos que a média nacional.

- A proporção de emprego baseado no conhecimento, no âmbito dos serviços não favorece a Região. Apesar da predominância dos serviços no quadro da economia regional, estes estão abaixo da média nacional em termos de emprego baseado no conhecimento (PT = 42% ; Madeira = 35%).

Enfim, em conclusão,

no quadro do desafio de transformar a Madeira numa região desenvolvida baseada no conhecimento, estamos bastante distantes desse desafio. Não só não estamos acima da média nacional como, efectivamente, estamos bastante longe da excelência necessária para sermos competitivos.

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