Colocando de lado as trapalhadas sobre o programa da visita do Senhor Presidente da República que em nada contribui para que o evento que se aproxima seja efectuado em clima de absoluta serenidade; aproveitando para lembrar aquilo que escrevi há cerca de 2 meses atrás em que alertei para a possibilidade desta visita presidencial poder vir a ser pouco pacífica (sobretudo pela forma tendenciosa, arrogante e acintosa como este regime trata assuntos desta dimensão e importância - bastando observar o infeliz episódio das bandeiras que demonstra um traço de comportamento "rasteiro e infeliz", entre outras); sublinhando ainda a circusntância de não compreender alguma comunicação social que, aqui e ali, vai afirmando "coisas" sobre a matéria, algumas incompreensíveis. Quero aproveitar para chamar a atenção para o facto do Senhor Presidente da República, na sua presente deslocação a Moçambique ter sido (ontem) o convidado de honra para uma sessão na Assembleia da República de Moçambique discursando e ouvindo intervenções do partido que suporta o governo e da oposição. No seu discurso vale a pena sublinhar que afirmou "...a democracia é hoje um valor enraizado na sociedade mocambicana e um activo colocado ao serviço do país..." . Conforme relata o Diário Económico, a oposição teve a oportunidade de intervir e criticar o governo dizendo "... que o Presidente português devia ter ido mais longe porque a era Gebuza é marcada por um comportamento autoritário do tipo, quero posso e mando que está a queimar o país...". Mais. O líder da oposição ainda teve oportunidade de estar reunido com Cavaco Silva onde alertou para a "mistura entre Frelimo Governo e instituições..." não evitando deixar o recado a Cavaco Silva "O apoio a Moçambique não é o apoio à Frelimo mas ao povo"...
Com estas evidentes semelhanças com a Madeira, embora com Moçambique a evidenciar um sinal + na maturidade da sua democracia, como se explicam as dúvidas ou os medos (conforme o caso) que o Presidente do nosso país, garante da unidade nacional, seja convidado para ir a ALRAM discursar e ouvir os diferentes partidos? os indefectíveis do regime já olham para esta hipótese como uma ameaça, não como uma oportunidade de celebrar a democracia na casa da autonomia. Há até uns, com destaque para LFM, que na busca de argumentos não hesitam em encontrar num qualquer baú de recordações explicações frágeis e com sentido manipulador. Há coisas fantásticas não há?
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