A verdade sobre o que se passa na Madeira é uma moda de opinião e não “a realidade como ela é”. É o resultado da governação Jardinista imposta por 30 anos e onde o acento tónico foi sempre para a criação de um clima adverso que mina os alicerces da sociedade civil e os torna a todos, povo e elite (?), dependentes de uma espécie de populismo manipulador. Poucos conseguem ficar imunes. Não é só o medo, é a sobrevivência e o estatuto. Foram apanhados nesta armadilha da democracia à moda de Jardim: um ciclo vicioso. A manutenção no poder é obtida à custa da violação directa da legalidade democrática. Aqui e ali o regime vai encontrando saídas para a limitação das liberdades (quer seja de expressão quer seja económica), sempre roçando os limites da democracia. Mas não é só: o regime nunca hesita em perverter a política e degenerar as instituições para manipular as leis a seu favor. Os cúmplices do costume são também os pilares das democracias: comunicação social, justiça, órgãos de soberania. Todos mudos, se calhar porque quase todos surdos e cegos.
Ao fim de 30 anos não é difícil falar de obra. Ele quer ser lembrado por 4 000 obras, segundo o próprio: para um ego grande, uma obra contundente (?). Ficam as obras, reforça o endividamento externo (já equivale a 75% do PIB e mais de dois orçamentos da RAM) e agrava (ainda mais) a insustentabilidade da economia regional: a obra de Jardim não gera riqueza nem liberta meios para pagar as dívidas ou a sua manutenção, mas antes penaliza as gerações futuras e agrava, ou agravará, a despesa corrente. Pelo contrário, esta obra deixa totalmente à margem o desenvolvimento: um PIB grande, como convém, mas o pior índice de conforto das regiões portuguesas e uma das piores distribuições de riqueza do país, fazendo lembrar regiões onde a democracia deambula tanto como na Madeira; muitos acessos e infra-estruturas (quase tantas vias rápidas como o país mais desenvolvido do mundo: 140 km na Madeira para uma região de 800 km2 contra 170 na Noruega de 70 000Km2) mas pouca educação, a taxa mais elevada de analfabetismo não pode honrar nenhuma governação, a segunda maior taxa de abandono escolar envergonha qualquer país em vias de desenvolvimento; uma elevada produtividade do trabalho (muito à custa das imputações anómalas da Zona Franca) contra mais de 50 000 pobres, 22% da população que vive no limiar da pobreza e mais de 9000 pessoas desempregadas, aspectos que só pode corar de vergonha um governo sério e honesto.
Estes maus resultados de desenvolvimento humano contrastam com o bom comportamento do PIB. E aqui está o mito de Jardim que se desmoronou em 2002: o PIB estava afectado pelas actividades da Zona Franca, não traduzindo mais riqueza para as famílias madeirenses. O governo do PSD tinha, na altura, duas opções: assumia esse fracasso de governação, garantindo a necessária manutenção no clube das regiões beneficiárias de apoios máximos ou mentia aos madeirenses e perdia 500 milhões de euros. Mas preferiu mentir aos madeirenses. Voltou a fazê-lo em 2007, demitindo-se, pela incapacidade de governar com recursos escassos, resultado da sua própria responsabilidade. Não mudou nada!
Em 2011 Jardim pode continuar. Todos sabemos. Basta que as condições de governação a que está habituado se perpetuem. Ou seja, que estejam criadas as condições, de facto, para a obtenção de dinheiro fácil para pagar a factura da sua peculiar governação: a banalização do clientelismo e a manipulação dos pilares da democracia.
Ao fim de 30 anos não é difícil falar de obra. Ele quer ser lembrado por 4 000 obras, segundo o próprio: para um ego grande, uma obra contundente (?). Ficam as obras, reforça o endividamento externo (já equivale a 75% do PIB e mais de dois orçamentos da RAM) e agrava (ainda mais) a insustentabilidade da economia regional: a obra de Jardim não gera riqueza nem liberta meios para pagar as dívidas ou a sua manutenção, mas antes penaliza as gerações futuras e agrava, ou agravará, a despesa corrente. Pelo contrário, esta obra deixa totalmente à margem o desenvolvimento: um PIB grande, como convém, mas o pior índice de conforto das regiões portuguesas e uma das piores distribuições de riqueza do país, fazendo lembrar regiões onde a democracia deambula tanto como na Madeira; muitos acessos e infra-estruturas (quase tantas vias rápidas como o país mais desenvolvido do mundo: 140 km na Madeira para uma região de 800 km2 contra 170 na Noruega de 70 000Km2) mas pouca educação, a taxa mais elevada de analfabetismo não pode honrar nenhuma governação, a segunda maior taxa de abandono escolar envergonha qualquer país em vias de desenvolvimento; uma elevada produtividade do trabalho (muito à custa das imputações anómalas da Zona Franca) contra mais de 50 000 pobres, 22% da população que vive no limiar da pobreza e mais de 9000 pessoas desempregadas, aspectos que só pode corar de vergonha um governo sério e honesto.
Estes maus resultados de desenvolvimento humano contrastam com o bom comportamento do PIB. E aqui está o mito de Jardim que se desmoronou em 2002: o PIB estava afectado pelas actividades da Zona Franca, não traduzindo mais riqueza para as famílias madeirenses. O governo do PSD tinha, na altura, duas opções: assumia esse fracasso de governação, garantindo a necessária manutenção no clube das regiões beneficiárias de apoios máximos ou mentia aos madeirenses e perdia 500 milhões de euros. Mas preferiu mentir aos madeirenses. Voltou a fazê-lo em 2007, demitindo-se, pela incapacidade de governar com recursos escassos, resultado da sua própria responsabilidade. Não mudou nada!
Em 2011 Jardim pode continuar. Todos sabemos. Basta que as condições de governação a que está habituado se perpetuem. Ou seja, que estejam criadas as condições, de facto, para a obtenção de dinheiro fácil para pagar a factura da sua peculiar governação: a banalização do clientelismo e a manipulação dos pilares da democracia.
publicado no DN Madeira
1 comentário:
Norway 323 802 sq Km (https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/index.html)
Enviar um comentário