quinta-feira, 5 de julho de 2007

Tuismo em perigo


No início da semana estive no Algarve e Alentejo em trabalho. Dos vários contactos que fui tendo apercebi-me da surpreendente dinâmica de investimento do Alentejo. Esta região terá, em pouco tempo, mais camas do que a Madeira: só em Évora, ainda por cima uma região interior, 6 empresas vão investir 800 milhões de euros criando 1500 postos de trabalho. Estas circunstâncias, a par do esforço significativo dos Açores e do Norte de Portugal, embora nenhum deles com o potencial do Alentejo, alterarão a relação de forças na estrutura de turismo do País, renegando a Madeira para uma posição menos privilegiada, caso mantenha a tendência negativa dos últimos anos. Neste contexto, e acima de tudo, é urgente um plano estratégico para o turismo da Madeira, envolvendo todos os interessados. Confesso que me surpreende que, sendo os resultados do sector tão insuficientes e a sua tendência decrescente, todos lavem as mãos, e que ninguém assuma responsabilidades. Mais grave, não fosse o Sr. João Carlos Abreu admitir que já não tem condições para continuar a fazer que governava, manteríamos a situação patética de uma gestão absurda sem estratégia, sem convicção e ao sabor do passado. É evidente que João Carlos Abreu contribuiu bastante para o desenvolvimento do turismo da Madeira. Não me custa reconhecer que foi um dos grandes responsáveis pelo posicionamento de qualidade que o turismo da Madeira gozou. Infelizmente, como em demasiadas coisas na Madeira, era preciso sangue novo, outra dinâmica e uma consciência objectiva de que os tempos são outros. Por obrigação, o governo mudou o Secretário do Turismo com 10 anos de atraso e, ainda por cima, ficamos com a sensação que voltamos ao passado.

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