sexta-feira, 6 de julho de 2007

Inauguração Expomadeira


AJJ na inauguração da Expomadeira afirmou que agora tem um bom relacionamento com a ACIF-CCIM, tal como no passado, dando o exemplo do Dr. Francisco Costa. Muito oportuno mas infeliz. Mais uma vez insiste em sublinhar a sua "ganância" desenfreada de controlo e bajulação. O movimento associativo só é relevante com instituições fortes e independentes. Aos empresários não deve interessar o bom relacionamento da direcção da instituição que os representa com o governo, mas uma direcção dinâmica, interveniente e que defenda os interesses do sector privado, sem hesitação. Como é sabido nem sempre os interesses são conciliáveis pelo que é no desempenho de cada um que está a criação de um ciclo virtuoso. A capacidade e a coragem de enfrentar o poder politico na perspectiva dos interesses do sector privado com criatividade e trabalho é o cerne de um movimento associativo bem sucedido...

1 comentário:

Anónimo disse...

Universidade dá mau exemplo com construção na Zona Velha
O projecto de construção da residência universitária foi elaborado pela Câmara para um núcleo histórico
A obra é comparticipada por fundos europeus. Mas há quem questione: "A UE financia a destruição de zonas históricas?"
Data: 30-06-2007

Um "atentado ao património" está em avançado processo de construção na Zona Velha da Cidade, mais precisamente na Rua de Santa Maria. O insólito é que não é mais um investimento imobiliário de um empresário ávido pelo lucro. Trata-se da construção da residência universitária e serviços sociais, cujo dono da obra é a Universidade da Madeira. Além disso, um dos vice-reitores, Rui Carita, é especialista em património histórico edificado.

Os vizinhos da imponente construção, numa zona classificada, formada por antigas moradias, estão "indignados" com o "mau exemplo que a UMa e a Câmara Municipal do Funchal - esta última, autora do projecto - estão a dar à população e a deixar às gerações vindouras." A casa-mãe, um raro palacete urbano do século XVIII, que reúne estuques e outras preciosidades históricas, propriedade do coronel Santos Pereira, já está em parte no chão, apesar de ter sido anunciado que seria restaurado. Nos terrenos traseiros, estão no ar três blocos de cimento, dois com quatro pisos e um com três, para servir de residência universitária, que se destaca pela volumetria e pelo design que não se enquadram na paisagem envolvente. Dizem os vizinhos , que preferem não se identificar, que "numa zona nobre da cidade como a de Santa Maria, deveria era construir-se um museu, tal como se faz em qualquer cidade moderna. Mas, a construir-se uma residência universitária - que normalmente deve ficar junto das universidades - era fundamental que esse projecto respeitasse o traçado urbanístico desta zona histórica. Fala-se em núcleo histórico de Santa Maria mas parece que é tudo a fingir".

Alguns moradores ponderam mesmo a possibilidade de recorrer aos tribunais nacionais e europeus para "denunciar o atentado ao património que está a acontecer numa zona histórica".

O custo global da obra ronda os quatro milhões de euros e é comparticipada pela União Europeia. A este propósito, os cidadãos que residem nas imediações questionam: "Então os fundos comunitários vêm para descaracterizar zonas classificadas como históricas e promover o crescimento urbano desordenado, sem respeito pelo património? A própria União Europeia não fiscaliza a aplicação destas verbas?".

Técnicos ligados à defesa do património mostram-se também revoltados com a empreitada. Segundos nos dizem, "nesta, como noutras situações, a revolta dá cada vez mais lugar à mágoa silenciada". Tudo porque "os alertas têm sido muitos mas depois parecem cair no esquecimento das autoridades com o poder de decisão". É ver aparecer uns projectos "a fingir que respeitam a traça arquitectónica tradicional, com umas águas furtadas de mau gosto e com uma área de implantação que destoa de todo o conjunto envolvente." Um fenómeno que não atinge apenas o Funchal.

Reitor nÃo é arquitecto

O reitor da Universidade da Madeira disse não ter conhecimento do descontentamento que a obra de construção dos serviços sociais estava a causar. No entanto, e a meio de uma reunião de trabalho, disse telegraficamente que teria esta segunda-feira uma reunião de trabalho com os seus administradores e o assunto seria analisado.

Questionado sobre o projecto em si e a sua qualidade paisagística, Pedro Telhado Pereira esclareceu: "Não tenho opinião porque não sou arquitecto." De resto, o reitor confirma que o projecto foi elaborado pela Câmara Municipal do Funchal, tendo havido neste processo uma grande colaboração com a autarquia.

Câmara desdramatiza

Alexandra Gouveia é a arquitecta que está à frente do gabinete técnico do Núcleo Histórico de Santa Maria. Confirma que as obras estão na área de protecção da área classificada que é a Zona Velha. Mas adianta que a Direcção Regional dos Assuntos Culturais deu parecer favorável, em termos de recuperação do imóvel classificado. A arquitecta afirma que o palacete será restaurado. Admite que a cozinha ruiu porque estava degradada. Quanto ao impacto urbanístico dos três blocos, admite que "não é o ideal". Mas, "como fazer 70 quartos de outra forma"? Lembra ainda que "a Câmara agiu de boa-fé porque quer a revitalização da Zona Velha" pela mão dos estudantes.


Rosário Martins