segunda-feira, 27 de abril de 2009

As garotadas de MTC...

Miguel Torres Cunha ultrapassou as marcas. Eu diria mesmo passou-se e, sinceramente, comportou-se de forma infeliz, utilizando expressões que não tem nenhuma condição para o fazer. É inadmissível e roça a desonestidade. Se não é desonesto então tem falta de informação sobre o que temos discutido ou, como se diz em bom madeirense, "e... pelos ouvidos". Em qualquer dos casos, o desplante de MTC é grave! 

Desafio por isso MTC, ou quem ele (ou outro qualquer) quiser para debater os contratos dos quais foram solicitados comissões de inquérito (e outros que virão a caminho!) de modo a falarmos a verdade. Com todos os dados. Como todos os elementos, mesmo aqueles que o GR e os donos das concessões (incluindo o Pestana) têm se esforçado por esconder, de forma absolutamente ilegal, como penso que o analista em causa conhece!
Mas quero dizer directamente a  Miguel Torres Cunha que lamento as suas observações que não contribuem para o que diz defender: o desenvolvimento da Madeira, a criação de emprego e a concorrência. Além disso, não aceito, o grupo parlamentar do PS M não aceita, nenhuma lição de quem demonstra conhecer pouco do que fala. Admiro o seu esforço por estar preparado para os assuntos. Mas, tenho de dizer, meteu o pé na poça! Não sabe do que fala e, se sabe, prefiro nem comentar absolutamente mais nada...
Mais: que fique claro que nada do que o PS Madeira fez até hoje tem a ver com a concessão de benefícios fiscais. Esses não nos incomodam, desde que as contrapartidas sejam claras e objectivas. Relacionam-se antes com incumprimento de contratos, com violação da concorrência, com falta de transparência e com consequências negativas para a RAM. E sobre essa matéria caro MTC, seja quem for (tenha o que tiver, venha de onde vier) não tem da parte do grupo parlamentar do PS Madeira qualquer defesa ou qualquer simpatia. 
Mais ainda: é bom que fique claro que esse argumento gasto da criação de emprego é uma falsa questão. Garanto (e caro MTC sei do que falo!) que com concorrência, com contratos de concessão transparentes e verdadeiramente úteis aos madeirenses, o desenvolvimento e o emprego estavam melhor garantidos. Infelizmente, os contratos em causa violam a concorrência, destroem o emprego, impedem o empreendedorismo e criam entraves ao desenvolvimento da Madeira de forma estrutural. Mas, caso não saiba do que falamos, dou só alguns exemplos do que está em causa e que prejudica a RAM;
1. A Madeira perde 500 milhões de euros por causa da Zona Franca Industrial, em que o contrato de concessão está escondido (como MTC devia saber); o emprego é muito pouco (até Cavaco Silva assim o considera) e os objectivos da praça estão enviesados. A não ser que MTC considere que uma praça para o desenvolvimento regional deve se concentrar no planeamento fiscal. E sim, o grupo Pestana, precisa, como de pão para a boca, dos quase 1 milhão de contos por ano que lucra com a praça. É precisamente com essa disponibilidade financeira que faz um hotel por ano sem ter de ir à banca! Mas nada disto importava se o projecto fosse um contributo liquido para o desenvolvimento mas já todos sabemos que não é! E, estou certo que MTC também, então??? 
2. Outro: que a Porto Santo Line prorrogou uma concessão 10 anos antes do seu fim, fechando a porta à concorrência, num processo errado e que prejudica os madeirenses, conforme até Roberto Silva, Presidente da CM do Porto Santo disse (quem quiser mais informação consulte as comissão de inquérito). Com concorrência os portosantenses beneficiariam de viagens mais baratas...
3. A concessão do jogo é entregue na Madeira sem contrapartidas adequadas e com incumprimentos claros  de contrato mas, mesmo assim, o GR antecipa a renovação do contrato. Ao pestana!
4. Os transportes marítimos são os mais caros do mundo porque AJJ e o GR e, já agora MTC, acha que é uma "garotada" tirar uns milhões ao empresário LMS e entregar aos madeirenses! Entre outras mas, sinceramente, não há pachorra! É demasiado triste... 

1 comentário:

Anónimo disse...

De facto nunca tinha visto um "comentador político" tão exaltado na defesa de um grupo económico e no ataque a um posição política de um partido. Além do mais, a utilização de determinados adjectivos colocaram a discussão ao nível da taberna, o que fica muito mal em televisão.
A forma tão empenhada como o Sr. Miguel Cunha se expôs a defender o Pestana transformaram-no numa pequena ramela. Ai, ai...