quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Estado de sitio

A ALRAM não cumpre o essencial do seu papel e representa hoje um "fantoche" que segura uma autonomia manchada pela elevada (quase insuportável) claustrofobia democrática. Os episódios mais recentes envolvendo o deputado do PND trouxeram para a discussão a premência de um debate de uma profunda refundação do que se passa na Madeira. Não por causa do PND que usa "meios extraordinários" para denunciar uma situação inadmissível de rombo democrático, mas por causa do PSD que abusa da autonomia e mete-a na gaveta, evitando cumprir a constituição e o estatuto político administrativo ou então cumprindo apenas o quando e o que lhe interessa! A ALRAM é o espelho do que se passa em toda a RAM onde um partido maioritário usa e abusa do poder que tem para consolidar o seu projecto contra tudo e todos. A democracia não está posta em causa na ALRAM porque há muito que deixou de existir. A democracia está podre na RAM!
Muitos se perguntam o que é possível fazer? Da minha parte, perante este vazio, perante este grau zero da democracia, do debate, da pluralidade e do respeito entre todos, parece evidente que só há um caminho: começar de novo, mudar de vida (respeitar em pleno a constituição e o estatuto). Aqui começa o problema. Como? Quais os mecanismos práticos? Tudo parece depender, de forma anormal e inadmissível, de um partido que não respeita o povo que o elegeu e nem sequer acredita nos princípios essenciais de uma democracia, conforme se comprova pelas atitudes (consequentes) sucessivas e permanentes de desvio perverso do caminho da transparência do respeito e da consolidação de valores básicos de vivência democrática. Os tempos são, por isso, de reflexão. Mas é preciso pensar no dia seguinte, é preciso recorrer a todos os meios capazes de inverter este estado de coisas, para bem de todos nós e, sobetudo, dos nossos filhos. É ,muito triste o que se passa na Madeira. Já não basta o desacerto governamental que assume contornos nunca vistos, ainda somos confrontado, como resposta a essa incapacidade, a uma desonesta e perversa pressão sobre as pessoas e as instituições, permitindo que tudo se mantenha como está...Não existem condições para trabalhar de forma séria. O jogo está viciado há muito tempo e, confesso, que num contexto de passividade absoluta do Presidente da República e de ausência de interesse pelo estado de sítio que vivemos (o que não deixa de ser uma atitude desproporcional a às intervenções recentes do mais alto órgão da república!) os madeirenses estão abandonados a uma sorte que não merecem. Devemos reflectir mas, sobretudo, devemos pensar no dia seguinte e nos madeirenses. Todos temos responsabilidades mas ninguém pode ignorar a atitude de arrogância de um partido que está-se nas tintas para o futuro e agarra-se a um presente pouco recomendável. Mais. Não concordo com os métodos do PND mas nunca, em circunstância alguma, farei o que provavelmente o PSD tanto quer: branquear as suas responsabilidade. Lembrarei sempre que for possível que com um Jaime Ramos e um AJJ é impossível refundar o que quer que seja!

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta atitude do PND é uma vergonha.
No entanto, a culpa parece ser dos outros...