sábado, 8 de novembro de 2008

A ridicula magistratura de influência do Chefe de Estado, segundo Guilherme Silva

O Senhor deputado da República Dr. Guilherme Silva tem-se desdobrado em declarações, insistindo que já houve uma (suposta) intervenção do Chefe de Estado na anormalidade democrática que se vive na Madeira e no Parlamento. Para mim e para os portugueses deve ser uma "suposta intervenção" porque só oiço falar do assunto de (outras) fontes atípicas e insólitas. Ainda não ouvi nada (nem um único bocejo ou mesmo a sua frase preferida "o dia na Madeira está lindo!") da boca do Chefe de Estado, o garante do estado de direito (pelo menos no resto do país). Estou certo que os portugueses estão expectantes para saber o que pensa Cavaco Silva da situação grave de violação do estado de direito numa parcela do território português.
Mas, aquele Senhor deputado tem tentado passar uma mensagem absolutamente inadmissível de que está reposta a normalidade no parlamento. Esta propaganda do PSD, aparentemente com o alto patrocínio do Presidente da República, é vergonhosa. Só cai nesta mentira quem quer e quem não conhece o parlamento da Madeira. Não quero acreditar que o Presidente da República desconheça o que se passa verdadeiramente na ALRAM e considere adequado o contacto simples com o Dr. Guilherme Silva, segundo o próprio, de modo a restabelecer a normalidade? Não quero acreditar que o Presidente pense, como Guilherme Silva e o Representante da República, que a única "coisinha anormal" daquele parlamento é o PND e o deputado Manuel Coelho!? É mau demais se é assim! Na verdade, mesmo que o deputado do PND volte ao Parlamento, mesmo que a ALRAM marque os plenários (depois do PSD, unilateralmente, ter mandado fechar o parlamento, imagine-se se isto é grave) nada disto configura uma normalidade democrática, conforme quer fazer crer a propaganda do PSD. Pelo contrário, a ALRAM mantém uma profunda violação dos princípios básicos de um parlamento democrático: o governo não é fiscalizado porque nunca aparece, a mesa é monocolor, os debates obrigatórios pura e simplesmente não são marcados, porque o PSD não quer, os insultos do PSD para com a oposição são sistemáticos e duram há mais de 20 anos (filho da..., louco, burro, ladrão, maric..,cabrão são expressões habituais do líder parlamentar do PSD, Jaime Ramos, entre outros...), a pressão física e a violência é um dado adquirido, conforme ficou comprovado com a agressão do deputado Rui Coelho do PSD ao Dr. Baltazar...
Portanto, não vale a pena atirar areia para os olhos dos madeirenses. O Chefe de Estado deve decidir se quer abandonar os madeirenses ou contribuir para que estes possam tirar proveito de uma democracia a sério e não esta fantochada que se passa na Madeira.

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