As três concessões representam 3000 milhões de euros |
No ano 2000 a Região iniciou um dos processos mais desastrosos para a vida dos madeirenses: a operação Via Litoral. Apresentada como uma solução para a manutenção de vias rápidas acabou por ser uma divida com elevados custos.
Em 2004 o TC avisava que a operação Via Litoral não apresentava vantagens para a RAM e, ainda por cima, condicionava seriamente o futuro das gerações futuras, pelos encargos assumidos no quadro do Orçamento Regional. O Governo, insolentemente, justificava a operação com a necessidade de “beber” o conhecimento de entidades privadas, capazes de fazer melhor: um certificado de incompetência a si próprio.
Pior, perante este argumento seria de esperar uma consulta alargada ao mercado no sentido de escolher os que mais sabem do assunto. Nada mais errado, a concessão Via litoral e depois a Via expresso e ontem a Via Madeira, foram todas entregues sem concurso mas representam, até ao fim da sua vigência, mais de 3 000 milhões de euros.
À Via Litoral o governo juntou a Via Expresso e ontem, num verdadeiro acto de “loucura governativa”, hipotecou, mais uma vez, os orçamentos da RAM nos próximos 30 anos em mais 1000 milhões de euros com a aprovação bases de concessão da Via Madeira (tudo feito sem transparência e sem informação suficiente).
Os resultados são claros: entre 2009 e 2011 o Governo pagará cerca de 360 milhões pela Via Litoral e Via Expresso, sendo que pode-se juntar mais 60 milhões pela Via Madeira em 2011, perfazendo um total de 420 milhões, só em 3 anos. Mas, em contrapartida, entre 2005 e 2008, os lucros da Via Litoral e Via Expresso (ainda não há dados da Via Madeira) ascenderam a 61,2 milhões de euros.
Vale a pena terminar referindo que a Euroscut Açores, uma concessão rodoviária nos Açores, teve em 2009 resultados negativos de cerca de 6 000 euros.
Por isso, nem as opções governativas são neutras para o bem-estar, nem as soluções encontradas, mesmo com a mesma forma, têm o mesmo impacto.
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