É preciso dizer basta! |
Reparei que alguns comentários relativamente à minha nota sobre a agressão a que fui alvo, denunciavam preocupação pelo facto de eu próprio ter escrito que "tive medo", podendo, com isto, indiciar uma eventual mudança naquilo que são as minhas convicções e iniciativas, levando ao abrandamento do meu esforço para contribuir para uma Madeira mais livre e mais desenvolvida. Ora, para mim ter medo não é a mesma coisa que não ter coragem.
Sentir medo, sem ter medo de senti-lo, é a expressão mais consistente do conhecimento da realidade e um passo importante para fazermos melhor aquilo que acreditamos, sem permitirmos que o medo nos chantageie. Por isso repito: a luta continua porque o meu percurso, o meu esforço e as minhas convicções não se esbatem com intimidação, concretizada por quem quer que seja! Pelo contrário, reforçam-se. Contudo, coisa diferente é ficarmos quietos, amorfos e presos à banalidade do acto e ao conformismo da situação. Gostaria de sublinhar que não estou obcecado por solidariedade. Essa já tive suficiente e agradeço a todos por isso. Mas o importante é compreender que o assunto em causa deixou de ser um caso pessoal. Trata-se de um problema da nossa sociedade e a condenação do acto ( e a indignação efectiva) é apenas o principio para evitar males maiores. Da minha parte, sobre o episódio em particular, farei o que me compete esperando que as autoridades cumpram o seu papel. De resto espero que este triste acontecimento permita uma reflexão geral sobre o estado latente de violência que a sociedade madeirense tem assistido, sobretudo nos últimos anos, e que todos possam contribuir para a sua minimização, evitando os apelos descarados ao uso da força contra aqueles que pensam diferente (conforme se observou recentemente). Por fim, não tenho nenhuma hesitação em referir que aqueles que evitam condenar a violência, sobretudo quando ela lhe serve, são, óbviamente, cumplices da situação, desta e de outras, que capturam pessoas e instituições em troca de quase nada e de quase tudo!?
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