sábado, 2 de janeiro de 2010

O casamento entre pessoas do mesmo sexo...



Em primeiro lugar nada me move contra a agenda homosexual. Digo mesmo que, por formação, não tenho qualquer preconceito contra a  diferença ou opções distintas das que defendo. Até porque o preconceito é o mais próximo da incoerência e hipocrisia. Contudo, também não seria razoável ser defensor incondicional daqueles que defendem um modelo em que o casamento assume contornos diferentes daqueles em  que acredito.
Por isso, estou sobretudo movido por princípios  de consciência que me obrigam a defender o casamento tradicional e da família como sustentáculo do modelo social que sinto ser o mais apropriado.   
Ora, o casamento é uma das peças fundamentais da sociedade moderna em que a homossexualidade não está simbolizada (no casamento, como é claro). Mas isso não significa   marginalizar a homossexualidade, obviamente. Por isso, não me repugna nada a união de facto, ou até uma união jurídica específica que talvez seja, porventura, o instrumento certo para adequar eventuais pretensões dos homossexuais. Ou seja, que fique claro que  o “casamento homossexual” não é determinante para garantir os benefícios jurídicos do matrimónio, pelo que o argumento da discriminação é frágil e insutentável.
Por outro lado, o “casamento homosexual” não resolve problemas essenciais da sociedade portuguesa como, por exemplo, a fraca natalidade, sendo por isso uma matéria de prioridade duvidosa, ainda por cima na situação difícil que vivemos onde todas as energias são poucas para o desenvolvimento do país.  O que não quer dizer que não respeite os que acham isso importante.
Por outro lado, “casamento entre homossexuais” coloca em causa o sentido efectivo da instituição casamento. Vejamos. O casamento  sem direito à adopção não é concebível porque viola princípios básicos da estrutura do casamento. Ao admitir, no caso de uma das propostas em discussão, que ao “casamento homossexual” está vedada a adopção, está implicitamente a admitir-se que não se trata de um verdadeiro casamento. Mas, ao mesmo tempo, a adopção  por casais homossexuais conduz, julgo eu, e os peritos e psicológos que o confirmem, a fragilidades graves no modelo de família que defendo onde a presença feminina e masculina se complementam. Não se esqueça que aqui há, eventualmente,  nalgumas propostas, direitos de seres respeitáveis e determinantes, como são os direitos das crianças. Assim, para mim fica completamente posta de parte a possibilidade de defender casamentos entre homosexuais.
Sendo assim, por imperativo de consciência e pelas razões que enumerei estou contra a legalização do casamento entre homosexuais. Adimito como solução uma união jurídica com direitos e deveres dos indivíduos cuja orientação sexual diversa é respeitável .


1 comentário:

Fernando Letra disse...

Como diria alguém: não me esperava!