sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Risco e a Oportunidade

  nos resultados eleitorais de Domingo um risco e uma oportunidade implícita. Um risco do PS Madeira tornar-se num pequeno partido, sem expressão de poder e sem dimensão adequada para liderar uma alternativa. Um risco que afecta directamente o PS Madeira mas atinge fortemente a Madeira e os madeirenses que deixam de contar com uma alternativa sadia e construtiva, conforme é a escola deste partido da democracia portuguesa. Este risco não é uma ficção. Nem sequer me parece muito distante de acontecer caso nada se faça, caso tudo fique como está, caso não seja estimulada a massa critica que o PS Madeira gerou e que pode potenciar em prol de todos os madeirenses. Os socialistas da Madeira e aqueles que, como eu, desejam uma mudança, devem impedir que o PS M bata ainda mais no fundo. Pode muito bem acontecer. O estado a que tudo chegou merece reflexão mas exige iniciativa, coragem e determinação. Este risco que falo e que outros muito bem demonstraram noutras alturas (lembro a propósito os vários textos de Maximiano Martins sobre a situação do PS Madeira onde a resposta às suas questões traduzem hoje um amargo de boca) deve, em meu entender ser claramente assumido. Só com a consciência da realidade é possível traçar um rumo certo. Um caminho ganhador. Mas ganhar significa ir ao encontro dos interesses dos madeirenses. Provavelmente devemos mesmo começar por aí: o que querem os madeirenses? Com que se preocupam? O que os faz votar ao longo de 30 anos num partido que hoje apresenta desoladoras soluções para o desenvolvimento da Madeira. Porque razão cresce o desemprego, aumenta a pobreza, aumentam as falências, pioram as condições de competitividade das empresas regionais e o PSD continua a ganhar? Naturalmente que razões estruturais do regime imposto por AJJ explicam parte do problema. Muito se escreveu e continuará a escrever sobre isto. Mas, o PS Madeira tem o dever de começar pelo óbvio: por si próprio. Pelas suas óbvias fragilidades. Pelas suas actuais deficiências e pela total ausência de ligação à sociedade madeirense. Estamos fracos, temos uma liderança frágil e errática, temos ideias,  soluções e projectos mas não temos capacidade de fazer eco das nossas preocupações. A liderança do PS Madeira não tem a dimensão e o élan necessário para transformar boas ideias em soluções compreendidas pelos madeirenses. Sem “rodriguinhos”, é preciso fazer a leitura certa: os madeirenses deixaram de acreditar neste PS Madeira. Insistir nesta linha é cavar o fosso que separa o partido dos madeirenses mas que acaba por separar socialistas de socialistas.  Somos poucos, estamos desorganizados, não existe mobilização firme e definitiva em torno de um projecto. Por isso, é preciso frontalidade, coragem e menos sentido táctico que roça o absurdo dada a insignificância que todos cairemos se continuarmos como estamos.

   

Mas, aqueles resultados desoladores para o PS Madeira, no Domingo passado, trazem consigo uma oportunidade. Trazem consigo a definitiva sensação que o único factor mobilizador é o futuro. Nem sequer valerá a pena dissertar sobre este presente. É preciso acabar com ele de uma vez e sem rodeios. E desde já fica um aviso àqueles que possam entender estas palavras como ataque pessoal ou política de confronto interno. Não tenho paciência para intriga mas tenho ainda menos para hipocrisias inconsequentes e comportamentos mesquinhos e rasteiros. O PS Madeira tem pessoas capazes de contribuir para o rumo certo. Porventura as mesmas que contribuíram para o rumo actual. Não sei. Não interessa agora. Resta o desafio   Porventura a última oportunidade: um derradeiro desafio da renovação do PS Madeira. De reinvenção de um projecto que configure credibilidade política, técnica e social. Os madeirenses nunca estiveram tão preparados para novas ideias, novas soluções e novas pessoas. Os madeirenses querem um PS M forte e credível. Querem um PS M confiante e mobilizador. André Escórcio e Maximiano Martins, dois socialistas ilustres têm se posicionado de forma clara pela defesa de um PS Madeira alternativo para ser alternativa. Conheço os dois, sou amigo de ambos e as suas intervenções são neste momento factores de esperança que gostaria de ver aproveitado e potenciado. Faço um apelo aos socialistas: não se encolham, não tenham medo e não fingem que está tudo bem. Não está, e o caminho é ainda longo e penoso mas possível.

 

1 comentário:

Fernando Letra disse...

Estiveste de férias...