O DN de ontem voltou a apresentar um trabalho sobre a LFR e
principalmente sobre os resultados da execução dessa lei aprovada em 2007.
Nesta matéria, o DN apresenta alguns números como sendo meus, da
minha autoria. Ora, não são. E não podiam ser porque a avaliação da LFR não é
abstracta. Os dados que apresentei foram retirados dos mapas dos Orçamentos de
Estado relativos aos anos 2004,2005,2006,2007,2008 e 2009. Da minha parte,
limitei-me a somar os valores de 3 anos antes da LFR (portanto as transferências com a lei antiga)e 3 anos com a
LFR (portanto os resultados da nova lei) e chegar às conclusões factuais,
baseado em dados oficiais.
Mas, apesar de tudo, também podia ter chegado à mesma conclusão do
ministério das finanças que afirma que em 2008 a Madeira recebeu mais 10
milhões que em 2004, porque esse é outro dado factual, está no mapa das
transferências dos orçamentos de estado respectivos (2004 e 2008).
Mais ainda. Poderia fazer outras comparações e afirmar
factualmente que no primeiro ano da nova LFR (2007) a Madeira recebeu mais 6
milhões que no ano anterior (2006). O dado não é meu, está no mapa do Orçamento
de Estado.
Ora, mas o que
definitivamente não é factual, nem sequer está explicado ou sustentado pelo PSD
são os famigerados 200 milhões que hipoteticamente a Madeira perdeu. Ora vale a
pena perguntar:
-perdeu
como?
-com
base em quê?
-onde
estão os factos que demonstram perdas dessa dimensão?
-
já perdeu ou ainda pode vir a perder?
-
se perdeu 200 milhões em 3 anos esses dados devem ser comparáveis e
verificáveis, onde podemos ser esclarecidos?
Na
verdade, a tal verdade dos números tem diferenças significativas e
apresentá-los como se a sustentação que os suporta seja a mesma não é saudável
para a verdade da política e da governação.
publicado no DN Madeira
1 comentário:
Sobre um comentário feito à CIF
A Conferência Internacional do Funchal não se destinava, não tinha nem terá por objectivo discutir a cidade (ou uma qualquer cidade em concreto) ou a Região (ou outra qualquer Região em concreto). Destinava-se, e no futuro continuará a ser assim, a debater, no Funchal, grandes temas globais. Se pudesse ter estado lá, iria constatar a riqueza do debate e das opiniões veiculadas. O facto de vivermos numa ilha não nos deverá condicionar a debater, apenas, os nossos problemas. No actual "mundo plano" somos, para além de funchalenses e madeirenses, cidadãos de um país, de um continente e do mundo. Porque não sair da rotina habitual e debater os grandes temas que marcam a actualidade mundial? Não entendo por isso a sua observação. Para debater o Funchal e a Região existem já outros fóruns. Recentemente passámos por uma campanha eleitoral. Um momento de debate, ou não? O jornalismo que se faz na Madeira privilegia, como é expectável, a exposição e o debate sobre os temas locais (pode criticar-se a forma como o faz, mas isso é outra "luta"). Os partidos políticos dispõem de espaço para levantar problemas ou apresentar soluções locais. A Conferência Internacional do Funchal é, por isso, um espaço de debate diferente, que vai para além da obsessão, muito própria dos ilhéus, de resto, de considerar o nosso "pequeno mundo" como sendo o centro do universo. Para debater o local existem, repito, outros fóruns.
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