sexta-feira, 29 de junho de 2007

O risco que os bancos não querem correr

O financiamento das empresas é um tema fundamental para o desenvolvimento económico. Cada vez mais é indispensável a existência de meios alternativos de financiamento ao investimento privado de modo a garantir a criação de riqueza e, por essa via, a criação de emprego.
Ontem, na RTP Madeira, ouvi o responsável pelo IDE - Instituto de Desenvolvimento Empresarial da Madeira, Dr. Jorge Faria, referir que o fundo de capital de risco que o governo criou em parceria com o BANIF ( enfim, devia ser que concedeu a sua gestão ao BANIF, o que é manifestamente diferente) ainda tem 2 milhões disponíveis para investimentos. Sobre esta questão era útil saber:
1. que investimentos já foram apoiados e em que áreas?
2. como se compreende que a divulgação da existência desta entidade, supostamente facilitadora de finaciamento, seja demasiado discreta;
3. quais as iniciativas de empreendedorismo capazes de gerar projectos potencialmente utilizadores dos meios financeiros existentes. É isso que se espera de uma entidade pública.
4. Qual a relação desta entidade de capitald e risco com as associações empresariais, com a Universidade, com o Tecnopolo, com o Centro de Empresas e Inovação da Madeira.É aí que estão os potenciais empreendedores.
5. Quais os critérios usados pelo BANIF para a análise de projectos elegíveis? Uma análise típica de risco? Então a Região disponibiliza um fundo de capital de risco e permite que os projectos sejam analisados exclusivamente na perspectiva de análise de risco ( e na perspectiva das clientelas do banco) onde está o interesse público? Quem o garante?
Bom, na verdade, os meios alternativos de financiamento, como o capital de risco, só cumprirão o seu papel de forma adequada se os seus promotores estiverem em condições de correr riscos, de outra forma é mais um empréstimo bancário transvestido de capital de risco. Além disso, as entidades públicas têm de entender, de uma vez por todas, que os bancos não sabem, não querem e não é o seu objectivo, acautelar o interesse público.

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