Guilherme Silva fez uma cara de pau do tamanho do mundo quando Maximiano Martins colocou reservas relativamente ao funcionamento da justiça na Madeira. Sem surpresa foi a tentativa do deputado do PSD pedir provas sobre esta matéria, como se desconhecesse o resultado dos inquéritos já ocorridos na Madeira. Este é o estilo rocambolesco de uma certa forma de ser democrata ao género do pior de Jardim: sabe de tudo mas disfarça; conhece os atropelos à democracia mas espanta-se; tem clara noção da dimensão do problema do abuso de poderes na Madeira, mas recorre a comparações infelizes com a república; entende, e até subscreve, os métodos que conduzem à perseguição de cidadãos que se opõem à opressão do regime, mas não hesita em reagir atónito a esta tão hedionda, segundo ele, afirmação. Guilherme Silva passa tempo demais em Lisboa. Na Madeira conhece bem os tribunais, segundo me pareceu entender pela forma segura e convicta como abordou um deles em particular.
Na verdade, o contributo de Guilherme Silva para a manutenção deste regime de democracia fantoche coloca-o no mesmo plano daqueles que demonstram todos os dias serem apenas uma espécie de democratas: daqueles que a Madeira é o paraíso de interesses e cumplicidades egoístas e interesseiras, sem respeito pelos mais elementares direitos e garantias dos cidadãos residentes.
7 comentários:
Foi um bom debate. Civilizado. Pedagógico. Compreendo que seja difícil arranjar uma ponta para dizer mal. Mas a credibilidade também se avalia pela capacidade de reconhecer o que está bem.
Caro anónimo estas coisas de escrever nos blogues leva a que, por vezes,se escreva demasiado rápido e, por essa razão, pode acontecer escrever o que não se queria. Pois bem, quando vi o seu comentário fiquei preocupado porque a ideia que trasmitiu no seu comentário é que eu tinha escrito que o debate tinha sido mau. Nada mais falso. Confirmei o post e verifiquei que limitei-me a comentar o "pensamento", pouco surpreendente, de um dos oradores. Não disse em nenhuma altura que o debate tinha sido mau. Meu caro anónimo permita que lhe diga: a credibilidade avalia-se, sobretudo, pelo rigor.
Uma coisa é óbvia: o PS-M não vai lá só a criticar, só a dizer mal de outras pessoas ou mesmo a se deixar levar pela Direita ressabiada do PND.
E, também pelo rigor, Dr. Carlos Pereira.
Carlos, espere para ver o que acontecerá ao programa. Nada que já não tenha visto.
Existe um pensamento que corre em alguma blogosfera da Madeira que demonstra um pavor à critica e o mal que esta pode causar aos resultados eleitorias do PS.Em primeiro lugar, já o disse várias vezes, o PS Madeira tem um programa, tem ideias e tem orientações para todos os aspectos da vida na Madeira. Por razões óbvias e conhecidas estas sugestões raramente são do conhecimento geral, passando, quase sempre, apenas o diagnóstico que deu origem às sugestões.(quem tem dúvidas que esteja atento às propostas para a economia, para a educação, para o urbanismo, entre outras)
Octávio Paz, um escritor que já foi prémio nobel escrevia que a critica á a base da democracia. Sem critica, sem opinião, sem reflexão e intervenção da sociedade não é possível viver numa boa democracia, mesmo que os seus governantes tenham sido eleitos pelo povo...É por essa razão que não tenho paciência para uns senhores que numa tentativa de evitar o confronto sério, elevado e construtivo, enviem mensagens alegando que o PS critica demais. Mais grave é a expressão que só critica. Esta linha de pensamento que defende que é politicamente correcto não ser frotal e claro é um dos cancros da nossa incipiente democracia. Vivemos demasidao perto uns dos outros e há quem confunda critica com afronta pessoal. Não entendo as coisas desta forma. Quem me conhece sabe que distingo muito bem a relação pessoal com as ideias, opiniões e convicções. Mas não as esconde. Sou muito claro. Pode não ser confortável mas não defendo a ideia de que o consenso generalizado e sistemático é o melhor bem da vida em sociedade. O mais grave de tudo isto é que a nossa sociedade premeia o silêncio dos que têm de responsabilidades perante os eleitores, dando a ideia de que os outros é que são mal educados. A educação neste caso mede-se poelo grau de transparência e frontalidade: quanto mais pior.
rigor e cultura precisa-se
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