terça-feira, 23 de outubro de 2007

Estou à espera II


AJJ no seu estilo duro, feroz e alucinante informou a imprensa que iria me processar. De facto, "nada de novo debaixo deste Sol". Aliás, Senhor Presidente deixe-me que lhe diga, já que V. Exa. agora deu-lhe para ler blogues (como aliás já tinha tido oportunidade de referir anteriormente), que estou ATERRORIZADO! V. Exa., conforme me recordou um amigo, faz lembrar uma personagem de novela brasileira, algo histérica e inconsequente, que para qualquer coisa que seja suposto ferir o seu pseudo-orgulho para "inglês ver" resolve desatar a afirmar de forma categórica e frontal: eu processo você, eu processo você, eu processo você...O drama é que V. Exa. é Presidente do Governo e não uma qualquer figura de novela. Tenha dó!

Mas se assim quer, prove que eu não tenho razão e permita que seja levantado a sua dupla imunidade parlamentar enfrentando esta causa nos tribunais. Não se refugie num qualquer agente judicial que, normalmente, é pau para toda a obra. Demonstre que a força que normalmente apresenta não esconde uma enorme dose de cobardia. Venha aos tribunais dar a cara por estes assuntos: normalidade democrática, liberdade e o bom funcionamento da justiça. Esperávamos isto de um Presidente sério e rigoroso. Aliás V. Exa teve oportunidade de se colocar à margem deste debate. Como afirmou à chegada ao aeroporto ninguém se referiu a si. A questão é porque resolveu entrar em cena? Quem procura defender? V. Exa. sabe que basta uma intervenção sua para acabar com grande parte dos problemas de corrupção na Madeira. V. Exa. sabe disto. Eu sei que sabe. A não ser que já esteja refém do próprio sistema monstruoso que criou ao longo destes últimos anos.

Infelizmente, estamos perante um traço de governação habitual: acção psicológica para transformar esta democracia numa palhaçada sem graça nenhuma. Uma pressão sistemática, consolidando um clima de medo e dando a esta sociedade uma sensação colectiva de esquizofrenia.

4 comentários:

Anónimo disse...

Não conhecia o seu blog mas vi o endereço hoje no DN. Admiro a sua coragem e a sua batalha dentro da camara do funchal mesmo sabendo que lhe puxaram o tapete por causa da declaração de rendimentos. É preciso termos cuidado pois o PSD-M nunca se viu tão ameaçado como agora e estão sempre a tentar aniquilar a oposição usando todos os meios que tem e que não tem mas manipulam também porque já os estamos a encostar à parede em vários concelhos... Continue, a Madeira precisa de gente assim!

Anónimo disse...

AJJ já nos habituou àqueles tiques anedóticos que nos faz assombrar tanto em riso como em choro. Apesar daquela aparente vitalidade do discurso interno, o certo é que o homem nem mais acredita no que vocifera, mais ou menos como aquela "res" que esperneia sob o cutelo da morte certa.
De entre os Conselheiros de Estado que nos merecem respeito e consideração, Jardim é o exemplo vivo de "um acidente de percurso" da jovem democracia portuguesa. O desrespeito pelas oposições, a fraca cultura democrática e falta de sentido de Estado são-lhe reconhecidas por todos os quadrantes políticos, inclusivamente entre os seus pares.
Não obstante o mérito de reivindicar mais "Madeira" no plano nacional e à custa disso transformar uma ilha de basalto em cimento, com numa economia detida por uns quantos barões, Jardim "tentacularizou" na sua esfera de influência como um polvo gigante.
O clima de intimidação na denúncia das enormidades que se cometem, quer por parte das oposições, quer por parte de quem "usa" a sua cidadania, é e sempre foi a arma predilecta. Nos sítios pequenos falar mais alto, e estar sentado no pedestal, torna a razão dispensável. Jardim aproveitou-se da docilidade do seu povo e promoveu uma cultura de saloios e um "novo riquismo" ainda pior que a burguesia emergente de Changai.
Do alto do seu "castelo de cartas" o Sr. Jardim dispara para todo o lado. Escuda-se cobardemente nas imunidades de Conselheiro de Estado e na do seu mandato regional. No entanto ordena aos seus arrebanhados "pupilos" parlamentares que levantem a imunidade das oposições.
Jardim sabe que o seu fim político está próximo. As fissuras no seu aparelho estão à vista e mais cedo ou mais tarde, aquela implosão ocorrerá de forma descontrolada. Infelizmente para as populações da Madeira e Porto Santo, saberemos todos, os custos desta "experiência desastrosa de portugalidade no atlântico", em que se tornou esta autonomia desvirtuada com as futuras gerações a assumirem os passivos que agora se moldam no betão e despesismos faraónicos para gaúdio de alguns.

Anónimo disse...

é um erro menosprezar o ajj.

Fajã da Ovelha disse...

Fico muito satisfeito em ver gente de coragem, gente de barba rija a enfrentar esse bando de salteadores do poder regional. Daqui da Fajã da Ovelha uma força para continuar a luta.
O Blogue www.ostormentosdolinho.blogspot.com também vai mostrar umas coisinhas sempre que puder.