quarta-feira, 30 de março de 2011
Opinião do grupo parlamentar do PS M sobre o tal work-shop da SDM. Para ler e reflectir
sexta-feira, 25 de março de 2011
Digam lá se o debate sobre o CINM não deve ser plural e profundo?
- É ou não verdade que o processo de negociação encerrado em 2010 assentou em informação elaborada pela sociedade concessionária da ZFM, sem qualquer revisão crítica do Governo Regional?
- É ou não verdade que essa atitude de demissão e falta de input crítico foi uma das principais causas para a fragilização da argumentação portuguesa e para as reservas com que a Comissão encarou todo o processo?
- É ou não verdade que a pretensão de alargar os benefícios fiscais da ZFM nos termos propostos pelo Governo Regional, dispensando as empresas da criação de postos de trabalho reais, incentiva a instalação de empresas "caixa-de-correio" e de "exportadoras-fantasma", pondo em causa a sobrevivência da ZFM no longo prazo?
- Tem ou não tem a sociedade concessionária entregue à administração fiscal regional a lista das empresas instaladas na ZFM como manda o artigo 33º, nº17, do EBF? Em caso afirmativo, porque é essa lista mantida em segredo pelo Governo Regional?
- Qual é o valor dos benefícios fiscais aproveitados por cada uma das empresas instaladas na ZFM? Porque não é divulgado publicamente pelo Governo Regional?
- Qual é o valor da despesa fiscal incorrida com a isenção de IRC à sociedade concessionária da ZFM, válida até 2017 nos termos do art.33, nº12, do EBF? Porque é que não é divulgado publicamente o seu valor pelo Governo Regional? Ou seja, qual o valor de isenção de impostos oferecido à SDM até 2017?
- Quantas acções de inspecção foram feitas às empresas licenciadas na ZFM em 2010 pela Administração Fiscal Regional?
- Quantas acções de inspecção foram feitas em 2010 às empresas que não empregam nenhum trabalhador? Quais os resultados?
- Como se explica que não tenham sido tomadas providências para evitar a instalação na ZFM de "exportadoras-fantasma" como as que foram noticiadas pela imprensa?
- Qual é a parcela do PIB regional que resulta artificialmente da sobrefacturação destas "exportadoras-fantasma"? Que receita geram estas empresas para a sociedade concessionária da ZFM com a cobrança de taxas de licenciamento e que custo tem este empolamento do PIB na perda da financiamento comunitário à Região Autónoma?
- Qual é efectivamento o ganho de receitas fiscais com as empresas da ZFM? Como é possível avançar com perdas na ordem dos 80 ME quando em 2009 em IVA e IRC a Madeira obteve valores próximo de (apenas) 27 ME? Como se explica esta diferença?
- É ou não é verdade que a falta de transparência com que é gerida a ZFM levou as autoridades brasileiras a pôr a Ilha da Madeira na sua lista negra de paraísos fiscais?
- Que medidas de reforço de transparência e controlo foram tomadas para evitar situações semelhantes? É ou não é verdade que outros países, nomeadamente europeus, estão a ponderar incluir a ZFM nas suas listas negras como o fez o Brasil?
- É ou não verdade que vários países têm vindo a recusar a negociação de acordos de dupla tributação com Portugal que incluam a ZFM dada a sua falta de transparência?
- A sociedade concessionária da ZFM interpôs recentemente uma providência cautelar contra o Governo da República com o propósito de impedir a divulgação pública de informação estatística agregada sobre os benefícios fiscais da ZFM. Está ou não consciente o Governo Regional da grave dano que este processo publicamente traz à reputação da ZFM e à imagem de transparência que ela deve apresentar?
- O Governo Regional aprovou em 15 de Novembro de 2010 resolução mandatando o Secretário Regional das Finanças para alargar os benefícios fiscais da ZFM através de despacho além de 2011. Está ou não consciente o Governo Regional que esse alargamento carece de base na lei nacional e no direito comunitário? Está ou não consciente o Governo Regional que a publicação desta resolução criou um clima de incerteza total entre os operadores económicos da ZFM e que vai gerar mais um foco de conflito desnecessário entre a Região Autónoma e a Comissão Europeia?
- Está ou não disponível o Governo Regional para estudar e discutir medidas de reforma da fiscalidade regional que a tornem menos dependentes da ZFM e que estimulem o investimento na economia real da Região Autónoma?
- Quanto pensa o Governo Regional apresentar ao Governo da República e à UE as suas propostas conforme verificado anteriormente?
- Está ou não disponível o Governo Regional para renegociar os termos da concessão da ZFM, obrigando o concessionário a uma política de rigor absoluto na selecção das empresas a instalar na ZFM e de transparência pública na sua gestão assim como no esforço de criação de emprego?
quarta-feira, 23 de março de 2011
É preciso aplicar sanções ao GR
segunda-feira, 14 de março de 2011
A armadilha dos mercados
quinta-feira, 10 de março de 2011
O que é preciso saber sobre a situação do CINM
1) a Zona Franca Industrial, aspecto mais visivel do CINM é um falhanço. Das 50 empresas que se instalaram naquele parque industrial mais de 80% são locais (por isso trata-se de deslocalização industrial e não Investimento Externo). Isto significa que podiam se ter instalado em qualquer sitio da RAM e, principalmente, nos parques empresariais do GR, ajudando a pagar o descalabro da operação e não oferecendo receitas a quem nem paga impostos, como é o caso da SDM. Pior este parque industria não passa de um elemento de ordenamento industrial que concorre injustamente com os parques que o GR construiu. Assim, ninguém compreende porque razão as vantagens fiscais aplicadas à indústria na Zona do Caniçal não são estendidas aos outros parques. (é fácil de perceber quem se opõe a tudo isto!)
2) As receitas fiscais totais auferidas pela Região decorrente da actividade do CINM não chega a 30 ME. De forma inqualificável o governo já faloi em 60, 80 e até 100 ME. Esta mentira descarada assume contornos inqualificáveis;
3) O Governo Regional não mostra nenhum interesse em debater o tema e introduzir alterações à exploração de modo a assegurar mais emprego e mais riqueza na RAM;
4) os mais de 1000 ME de beneficios fiscais que o CINM beneficia tem um elevado custo de oportunidade. Ou seja se a RAM "oferecesse" esses beneficios fiscais a empresas cujo critério fosse a criação de emprego, a diversificação da economia e a fixação de riqueza na RAM, o efeito no desenvolvimento da RAM seria incomparavelmente superior;
5) A SDM aplica uma estratégia de falta de transparência na gestão do CINM que prejudica a imagem da Madeira e da própria praça. Aliás os vários casos de detenções (não apenas investigações como diz o Francisco Costa) são elementos que colocam o CINM numa situação de descrédito face à UE e à OCEDE;
6) O GR admite (conforme referiu o Dr. João Machado) que perdeu 500 ME de apoios europeus. A questão que ninguém sabe é se o que ganhamos foi bastante superior. Vale a pena dizer que 500 ME aplicados no sector privado regional em 10 anos (por exemplo) podia alavancar perto de 1500 ME de investimento privado e criar cerca de 15 000 postos de trabalho. Estes dados deviam corar de vergonha o PSD e o Governo Regional.
7) Contudo também fica claro a importância do CINM e a necessidade da sua reforma de modo a não só manter os postos de trabalho como também assegurar uma contínua e sustentável criação de emprego. Coisa que hoje está manifestamente colocada em causa;
8) Uma última conclusão muito relevante é que o estado de crise que vive o CINM com a saída sistemática de empresas não é consequência exclusiva da não aprovação do aumento dos plafonds em termos de beneficios fiscais e redução da exigência de criação de emprego. É consequência do modelo centrado no planeamento fiscal, admitido pelo Presidente, e um dos donos, da SDM que desde 2000 tem vindo a perder milhares de empresas. Ou seja enquanto o sistema não obrigava ao pagamento de IRC as empresas para planeamento fiscal escolheram a Madeira, quando a malha apertou e era desejado um redefinição da estratégia, o GR seguindo os conselhos do concessionário manteve o figurino conduzindo à crise que hoje estamos a assistir. Aliás mesmo que a UE aprove a proposta do GE (e esperemos que sim!) o problema mantém-se: dentro de 2 anos teremos o mesmo problema e continuaremos a perder empresas cuja única ligação que têm à praça é não pagar impostos e não criar emprego.
Por tudo isto reafirmo a convicção na importância do CINM e, sobretudo, a necessidade premente de alterar o seu modelo de exploração e adequar a estratégia de atracção de Investimento Directo Estrangeiro às necessidades da Madeira e dos madeirenses. Não às necessidades do concessionário. conforme tem acontecido nos últimos anos!
sexta-feira, 4 de março de 2011
Uma audição com PSD em fuga!
Depois de quase 4 horas de audição parlamentar sobre a saúde o PSD fugiu do debate e abandonou o seu Secretário no Parlamento.
Perante isto vou voltar ao tema da audição parlamentar porque me parece relevante clarificar alguns aspectos. Em primeiro lugar o PSD votou contra um requerimento proposto pelo PS em que pedia que a sessão fosse aberta à comunicação social. Como facilmente se percebe o PSD insiste em tornar opaco para o povo, para os cidadãos madeirenses, as suas opçoes e as verdadeiras razões da crise profunda por que passa a saúde na Madeira. a política de transparência é algo distante do traço de governação jardinista. Em segundo lugar, o Secretário Regional optou por responder em bloco às questões dos deputados. Eu próprio fiz dezenas de perguntas que o Senhor não tomou nota e, obviamente, não respondeu. Em terceiro lugar, é preciso sublinhar que este pedido de audição já tem 9 meses, pelo que havia muita matéria em discussão, sobretudo porque o sector tem estado em verdadeira ebulição.
Quanto às matérias em discussão o PS M centrou a sua intervenção em 5 aspectos principais, a saber.
1) os conflitos institucionais e entre os profissionais do sector: ordem dos médicos, ordem dos enfermeiros, sindicatos, dirigentes, demissões, greves, brigas. São processos para cá, processos para lá, um rodopio insensato que prejudica a necessária serenidade para uma acção política consistente.
2) Questões da gestão (financeira, administrativa,...) do SESARAM: nesta área era importante conhecer as razões do forte endividamento, das dificuldades diárias pela falta de material básico, os atrasos na concretização dos contratos programas com o governo (o de 2009 ainda não foi assinado e ficamos sem saber o que acontecerá a 2010 e 2011- assim percebe-se as dividas do sector), e a falta de fiscalização, acompanhamento e monitorização do sector. Também aqui as explicações foram ligeiras e muitas delas encerraram elogios às administrações.
3) a questão do hospital foi tema indispensável com o Secretário a explicar o inexplicável mas sem argumentos satisfatórios. Na verdade ficou claro que a decisão de alterar uma decisão que outrora era "irrevogável" não está sustentada num sério e indispensável exercício de comparação entre as vantagens e desvantagens ao nível financeiro, técnico, clínico, estratégico entre o novo hospital e o "acrescento" no hospital da cruz de carvalho. Tudo sem consistência apesar de já terem gasto quase 5 ME pelo projecto do novo hospital, além dos outros milhões em expropriações.
4) A questão da idoneidade formativa do hospital foi também tema de discussão. Mais uma vez a culpa começou por ser do anterior bastonário (segundo o que diz o PSD era socialista!?) mas agora o novo também já causa desencanto (ainda não descobriram a sua simpatia partidária!). Portanto, ou é do "malho ou do malhadeiro" mas a verdade é que o hospital ainda não tem idoneidade formativa e não se compreende que estratégia está o governo a implementar para ultrapassar esta questão.
5) finalmente tentou-se discutir o tema da pobreza e entender as medidas do governo. Aqui a culpa é (também) de Lisboa embora o Secretário diga que está preocupado. A taxa de "4% de pobres não é para mexer"...
Por tudo isto e pelo facto do PSD ter abandonado os trabalhos o PS Madeira vai insistir na continuação da audição. Veremos se têm coragem!? Parece-me que se preparam para alterar o regimento!
terça-feira, 1 de março de 2011
Compare a execução orçamental da Madeira e dos Açores em 2009
Açores (2009) | Madeira (2009) |
Défice primário de 38 ME | Défice primário de 82,7ME |
Execução de 91% | Execução média de 70% |
Passivos Financeiros 4,8% | Passivos Financeiros 14,9% |
Transfer. SFA 81,9 ME | Transfer. SFA 293,2 ME |
Transf. SPER 297,7 ME | Transf. SPER 212 ME |
Resultados liqu do SPER 0 ME | Resultados liqu do SPER 52,6 ME |
Passivo SPER 821,4ME | Passivo SPER 3 500 ME |
Particip. Financeiras 376 ME | Particip. Financeiras 287,6 ME |
Divida directa 589,8 ME | Divida directa 863,9 ME |
Divida indirecta 396,9 ME | Divida indirecta 1195,2 ME |
Investimento 436 ME | Investimento 272,2 ME |