sábado, 11 de agosto de 2007

Corrupção

A revista brasileira "Veja", na sua edição de 1 de Agosto (semanal), tem uma excelente entrevista com Stuart Gilman, cientista político e Chefe do Programa Global da ONU contra a corrupção.
Entre outras coisas, esta entrevista mereceu a minha atenção em alguns aspectos que gostava de destacar.

Em primeiro lugar a resposta à pergunta: "o que é comum existir nos países ou regiões com maiores problemas de corrupção?" Gilman responde: um passado ditatorial, na medida em que desenvolvem mais facilmente uma maior cultura de corrupção por causa da falta de transparência" - Aqui não posso deixar de comparar com a Madeira e sublinhar que o regime que nos governa mantém e sublinha a falta de transparência, bastando para o efeito observar o que se passa com o famoso relatório das "negociatas" que todos escondem - Gilman continua, o grau de controle e dependência que o governo tem da economia - mais uma vez a semelhança com a Madeira é aterradora, todos reconhecem a importância do GR na economia da Madeira, já para não falar no controle sobre o mercado, em alguns sectores estratégicos - e finalmente, diz Gilman, "...nos países ou regiões com alta corrupção, os funcionários públicos tendem a ser mais do que é normal e desejável." Segundo este especialista, o serviço público é usado para reduzir o desemprego e não para servir os cidadãos - Na Madeira o peso da administração pública ronda os 22% bastante acima do país e muito acima da média da UE.

Em segundo lugar, Gilman afirma peremptoriamente que "corrupção não é um crime sem vítimas, contrariamente ao que se pode pensar"

Em terceiro lugar diz que a corrupção tem remédio desde que haja vontade política, fiscais qualificados, a sociedade seja vigilante e os culpados sejam punidos. Parece que temos um longo caminho pela frente...

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