sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Clima de medo


Alberto João Jardim não tem emenda e sem dúvida que é o garante máximo da manutenção do regime em que vivemos onde a democracia está permanentemente a ser colocada em causa, contribuindo decisivamente para o estado de medo latente em que vive a sociedade.
Ontem AJJ proferiu duas declarações, que como é habitual ficaram sem resposta, que demonstram isto mesmo.
No primeiro caso, procurou com afirmações grosseiras e de clara pressão pessoal "amedrontar" a jornalista Basilia Pita que entrevistou de forma exemplar Miguel Albuquerque. Quem anda nestas andanças sabe o efeito destes comentários, sabe o que pode acontecer à jornalista, sabe as portas que se podem fechar, sabe que as oportunidades podem não aparecer. Enfim, ficaremos atentos.

Noutra circunstância, afirmou que "aqueles empresários" que fazem comentários contra o Governo na imprensa que "depois não venham pedir favores". As palavras podem não ser exactamente estas mas o objectivo é claro, embora acho que é levar a sua leviandade ao extremo ao falar em favores para os empresários. Estes não precisam de favores do governo, mas antes esperam que o governo garanta o ambiente económico adequado, de maneira a potenciar a economia e os negócios na região. Mas, nada disso interessa a AJJ. Ele sabe que essas declarações serão suficientes para, também aqui, "amedrontar" os empresários mais corajosos de modo a "castrar" a capacidade de intervenção de alguns deles. A ideia é a mesma: acabar definitivamente com a critica. Octávio Paz, escritor Sul americano e prémio Nobel escreveu que a critica é a base da democracia. Obviamente que sabia do que falava. A ACIF-CCIM e a sua direcção actual estão bastante aquém da defesa dos empresários da Região porque deviam já ter comentado estas inadmissíveis declarações. Enfim também não estou surpreendido...


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