sexta-feira, 1 de abril de 2011

Porque fecham as empresas na Madeira?


Segundo o IEPF, a Madeira foi a região onde o desemprego mais cresceu no último ano (2010). Enquanto em geral no Continente o desemprego diminui entre Fevereiro de 2010 e o mesmo mês deste ano, na Madeira cresceu 14,8%.
Mas vale a pena comparar com uma região que, tal como a Madeira, tem governo  e um parlamento próprio, portanto gozando de uma ampla autonomia capaz de tomar opções distintas que aquelas que se passam no Continente.
Assim, se compararmos com os Açores, o retrato da total incompetência governativa é ainda mais claro:
Em Janeiro de 2003 a Madeira tinha 5.209 desempregados e os Açores 4.819.
Em Fevereiro deste ano a Madeira tem 17.203 desempregados e os Açores apenas 7.078.
Ou seja, enquanto nos últimos 9 anos, o desemprego cresceu nos Açores cerca de 46%, na Madeira cresceu 229% .

Nada disto ocorre por acaso:  entre 2003 e 2009 (os dados oficiais disponíveis) o PIB real da RAM cresceu 0,6% e o dos Açores cresceu 1,7 mais de 3 vezes mais. Esta retracção fortíssima do crescimento económico tem consequências devastadoras nas empresas e na criação de emprego. Apesar de não serem ainda conhecidos os valores do PIB de 2010 a expectativa é que a redução ainda tenha sido mais forte que 2009, altura em que o PIB decresceu 3,2%. O pior resultado de todas as regiões portuguesas.

Se estes factos já são suficientemente consistentes para concluirmos da incompetência do Governo Regional e da sua falta de inteligência económica, deve-se ainda juntar um outro dado que comprova porque razão a Madeira passou a ser, nos últimos anos, a região do país com maior risco empresarial. Na verdade os dados de 2010 da D&B demonstram que mais de 30% das empresas da RAM tem risco empresarial elevado (Nos Açores apenas 19% do tecido empresarial tem risco elevado) e que a percentagem e insolvências foi superior à média nacional.

Na verdade o PS Madeira identifica que a persistência de falta de pagamentos às PME’s da RAM ou pagamentos feitos em prazos demasiado longos concorre directamente para o aumento das falências e, consequentemente, do desemprego na RAM.

Voltemos, outra vez sobre esta matéria à comparação com os Açores: Em 2006 o Prazo Médio de Pagamentos  (PMP) da RAM ao sector privado era de 363 dias; em 2007 foi de 327; em 2008 foi de 202; em 2009 foi de 150 e em 2010 voltou a ser de 220 dias. Em média nestes cinco anos o Governo do PSD pagou num prazo médio de 252 dias. Nos Açores o PMP foi de 22 dias.
Perante a apresentação de soluções na ALRAM para resolver esta matéria por parte do PS Madeira o PSD respondeu com chumbo nas propostas sem apresentar alternativa. Sendo assim julgamos que só há um caminho: as empresas devem exercer os seus direitos aplicando sanções no Governo do PSD de modo a evitar mais falências e aumento do desemprego.   

Sem comentários: